As estatísticas brotam de todos os
lados. O site “Chance de gol”, com
futurólogos nível Nostradamus, coloca o Joinville com 56,1% de chances de obter
a 4ª vaga, o Rubro-negro com 38,9% e o São Caetano com apenas 14%. Vitória,
Goiás e Criciúma com percentuais muito superiores.
Estatísticas são estatísticas, você
está com a cabeça no freezer, o pé no
forno a 180ºC, ideal para uma boa picanha na mostarda, e, na média, sua temperatura
está dentro da normalidade. Eu não as desprezo. Tenho consciência que o
Atlético está no bico do corvo.
Tenho também outras certezas. Uma
delas é a de que o Atlético tem elenco para conseguir a classificação. Falo do
elenco como um todo, não somente dos atuais donos das camisas.
Leio a entrevista de Nhô Drub após a
partida e encontro: "Se tudo correr bem, a tendência é os dois voltarem
(Henrique e Marcão)... Eu... acredito nos 11 que jogaram e nas opções que
entraram durante o jogo... Vamos
valorizar aqueles que jogam, assim vamos conseguir chegar lá”. Aí a
incerteza me tira o ânimo.
O jogo contra o Bragantino mostrou que
esse time não tem força de ataque, aliás, não é de hoje. Recorro às minhas anotações
e encontro no primeiro tempo um bom chute de Felipe bem defendido pelo goleiro.
No segundo, o gol de Fernandão, mais dois ou três chutes de fora de Elias e
João Paulo. Falo de acertos no gol, bolas defendidas. Nhô Drub chama isso de “fizemos
jogadas e criamos chances”.
Meu prezado treinador, controlar o
jogo não dá três pontos a ninguém, fosse assim estaríamos na ponta da tabela. O
que vale é bola na rede.
Volto à entrevista e leio: "Gostei
da entrada do Taiberson... entrou bem, em velocidade... Marcelo criava
situações de perigo...”. Taiberson deu belo chute no 1º minuto e fez 2
cruzamentos da esquerda. Só. É um menino para entrar nas horas boas. Marcelo
desanimou até o comentarista da TV.
O que o atleticano tem que temer não é
a estatística aflitiva, é a cegueira de combate. O bicho pega e o branco toma
conta. Somem as opções, as soluções desaparecem, fica a mesmice, o suicídio
inconsciente.
O Atlético tem elenco para ir muito
mais além do que conquistar apenas a quarta vaga. Precisa é quebrar esse núcleo
que chegou ao limite, após conseguir tanto, jogando no limite. Fizeram muito. Trata-se
apenas de olhar o grupo como um todo, usar jogadores que consigam dar
velocidade real, driblar, chutar a gol, algo mais do que dar passes laterais,
cruzar bolas no contrapé do artilheiro.
No combate, por vezes as peças de
manobra ficam detidas, não conseguem avançar. Cabe ao comandante intervir,
mudar a direção, usar a reserva para não perder o ímpeto. Este é o dilema de
Nhô Drub: intervir ou não intervir? Coragem Nhô Drub.
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