terça-feira, 15 de abril de 2014

ATLÉTICO GIGANTE

O futebol brasileiro sempre foi para mim fonte de imensas alegrias. Ouvi as copas de 58 e 62 ainda menino, vi 70 rapazote, encantado, o jogo transformado em arte, a única forma de arte em que nos sobressaímos. Hoje o que me encanta é o futebol europeu, deixei para o nacional minha torcida fanática, acompanhada de um desapontamento com a técnica sem apuro, a tática sem inteligência.

“O cara vê a Liga dos Campeões da Europa e quer comparar com os estaduais”, dirá o amigo discordante. A comparação é mesmo impossível, eu sei disso. O meu olhar não se fixa no agora, é de longe que tenho esse sentimento. O nosso futebol é decadente, mesmo ainda sendo o Brasil um ninho de talentos, eles estão nos grandes clubes do mundo, só o  Chelsea de Mourinho tem quatro. 
 
Qual o motivo do meu ataque saudosista, fazer o amigo deixar de ir a campo, ligar a TV, deixar de lado os erros de passe de cinco metros e deliciar-se com as perfeitas viradas de jogo de cinquenta? Negativo. A minha preocupação é com o meu Atlético.

O clube do meu coração em dias terá infraestrutura espetacular, com facilidade colocada entra as melhores do mundo. Tem que se adequar ao moderno futebol praticado além fronteiras, tem que começar pela formação de seus atletas, tem que começar pela mudança de mentalidade. A base do jogo são os fundamentos, o principal a ser incentivado é o passe.

Vou dar um exemplo simples. A bola alta vem na direção do zagueiro do Augsburg livre, ele sobe e cabeceia para o seu companheiro, inicia-se a jogada ofensiva. A mesma bola se encaminha para o zagueiro brasileiro e ele dá um cabeçasso sem qualquer direção, inicia-se a refrega. Insuportável. É assim em todos os clubes nacionais.

O Atlético tem tudo para formar atletas completos, fortes fisicamente, precisos nos fundamentos, disciplinados taticamente, mentalmente serenos, religiosamente ligados ao Furacão. Temos que ir buscar lá fora os princípios de treinamento, os equipamentos, quem sabe até as cabeças pensantes. A mudança é significativa, os resultados de longo prazo, tem que ser tentada.

Só assim teremos zagueiros que saibam se posicionar, atacantes que saibam matar a bola, laterais que saibam virar um jogo, meias que saibam sair da marcação e fazer uma assistência e não estejam loucos para deixar o Furacão. É mudança que envolve diversos segmentos do clube, esbarra em esforçados servidores certos da realização de trabalho perfeito, prontos para apontar Marcelo e Manoel como produtos prontos e acabados.

O problema é que eles não estão prontos nem tática nem tecnicamente e o clube não lhes é suficiente. O amigo vai dizer que é assim mesmo, sempre se pode aprimorar, impossível fugir da atração europeia. Eu concordo quando se pensa no Atlético pequeno, nunca quando se imgina o Atlético gigante.

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