domingo, 20 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA

Lá por 2002 enviei um projeto para o Atlético. Tratava-se da criação de um setor responsável pelo estudo de adversários. Gentilmente fui convidado para uma conversa com o Maculan, na época o responsável pelo futebol rubro-negro. Um bom papo, um bom café e a certeza de que o projeto ficaria para depois, ou já existia, o diretor foi apenas gentil com meu desconhecimento.

Tenho ouvido falar num certo departamento de inteligência, até onde vai meu saber encarregado de indicar atletas para o Furacão, baseado num software de scout. Creio que vá muito além disso. Precisa. A todos os componentes do setor meus parabéns, trabalhar na área é fascinante, tenham muito sucesso.

Hoje enfrentamos o Grêmio. Pela minha proposta, no início da semana o treinador receberia um documento com todas as informações sobre o mosqueteiro relativas aos seus últimos cinco jogos. Esquema, principais jogadores, jogadas, capacidades e vulnerabilidades. Don Miguel poderia armar seu time já na segunda-feira conhecendo o tricolor com profundidade.

Durante a semana, o documento continuaria sendo atualizado. Saberíamos que a zaga titular, Rhodolfo e Werley, foi para a zona de repouso, Pedro Geromel e Bressan protegerão Marcelo Grohe. Wendell, liberado pela CBF vai ocupar a lateral-esquerda, Zé Roberto substitui Alan Ruiz na ligação entre os três volantes – Riveros, Edinho e Ramiro – com os atacantes Dudu e Barcos.

O Grêmio vai para o jogo sem saber quem é. É o mosqueteiro que espetou com facilidade seus adversários do grupo da morte na Libertadores, ou o espadachim espetado por quatro vezes pelo Colorado na final do Gauchão? Daí vem um componente perigoso. O ânimo.

Mesmo com todos os conhecimentos disponíveis a vontade é fundamental no futebol. Entrou adormecido pode perder o jogo em dez minutos, leva um chocolate, de nada adianta a preleção perfeita. O Atlético hoje não tem muito mais a oferecer do que o esforço. Muito se falou em trabalho na última semana, espero que ele venha acompanhado de dedicação desde o primeiro minuto.

Só assim conseguiremos mandar o Grêmio para o psicólogo de Bagé, atormentado pela pergunta que ameaça o treinador Enderson Moreira: “Quem sou eu, tche?”

Prezados amigos de todas as torcidas, Feliz Páscoa.

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