A vida continua e temos
um morro brabo para subir. Ano passado andei pela cidade do México, 2400 metros
de altitude. Nos primeiros dias, irmão pascoalino, fiquei meio no bagaço.
Fiquei imaginando o brasileiro de nível do mar, fazer longa viagem de avião e
jogar partida valendo a vida, um, dois dias depois. Mesmo com toda a juventude
e preparação, o atleta deve sentir um bocado.
A altitude de La Paz é
superior aos 3600 metros, 1200 a mais que a capital asteca que sofri. Vai ser
uma dureza. O Atlético campeão brasileiro já avisou. Fez 5 no primeiro tempo
contra o Bolívar em 2002, levou cinco no segundo e quase perdeu. Assim, medidas
estão sendo tomadas para evitar o desgaste dos atletas.
Vamos para Santa Cruz de
La Sierra, quase ao nível do mar, viajamos em cima da hora para La Paz, a ideia
é expor o jogador à baixa concentração de oxigênio o menor tempo possível.
Nossos goleiros treinam com bolas leves, os atacantes aprimoram o incentivado
chute de fora, a batida mais no meio da bola, “mais reta” como disse o Éderson.
O físico é importante, a
cabeça muito mais. O chocolate londrinense deve ser explorado. O apagão sofrido
pelo Ventania é possível, aconteceu, não deveria, mostra fragilidade do elenco
a momento mais do que esperado, a pressão do Tubarão, o apoio da torcida, a
desvantagem no placar.
O The Strongest vai
espernear o que der, sua torcida vai botar fogo pelas ventas, voltar
classificado é tarefa para guerreiros de escol. Eu disse escol, não Skol. O
Atlético pode, já segurou Grêmio e Internacional na Copa do Brasil 2013, o time
é psicologicamente forte, vai tirar do passado forças para enfrentar o
presente.
João Paulo afirmou que “dentro
do campo, precisamos nos ajudar”. É isso mesmo, apoio mútuo, força, fé no
resultado positivo, acreditar até o último minuto. A irmandade rubro-negra tem
que estar focada em ultrapassar a barreira no topo do mundo, prosseguir na
América, fazer história. João Paulo parece estar com a cabeça no caminho certo,
muito bom, então só falta aquele chute de fora, aquela bola “reta” matadora.
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