segunda-feira, 31 de março de 2014

É BOM DEMAIS

Final de tarde, resultados definidos, vou à farmácia comprar o meu remedinho de uso contínuo e me deparo com torcedor coxa pedindo pelo amor de seus filhinhos em prantos uma injeção, um remédio qualquer que o livrasse da tremenda dor de cabeça. Vendo o sofredor naquela situação terrível, desprezo minha situação de idoso e passo a vez ao padecente verde branco.

O atendente recomenda a injeção e assisto a dupla se encaminhar para o quartinho, fechar a porta e, por certo, iniciar os procedimentos para o espetar do glúteo. Pego minha poção mágica e passo ao lado da sala silente cantarolando baixo “Maringá! Maringá! Depois que tu partiste, tudo aqui ficou tão triste que eu garrei a imaginar...”. O que ouvi foi impublicável. O coxa ficou brabo.

Calma coxa do meu coração é só uma brincadeira. Quando o dia não é verde nem o Alex dá jeito.

Se a tarde foi só alegria, pela manhã me aborreci. Estou de olho na ESPN esperando a notícia do teste na Arena e, quando chega a matéria, sou maltratado pela repórter. A moça começa pela praça, segundo ela um depósito de material, depois entrevista um atleticano, filho nos ombros, reclamando da falta de informação, concluindo difícil para 10 mil, muito pior para 40 mil.

Explora então operário da obra todo feliz, dizendo que não vai ficar pronto, seguido por imagem de fila de obreiros com ingresso na mão sem conseguir entrar. Bate na diretoria limitadora da imprensa e mostra imagem obtida por fresta qualquer. Fecha com a negativa do TCE ao empréstimo de 65 milhões. Por sorte, o comentarista era o Paulo Calçade, um homem sério, a notícia parou aí.

Amigos, não adianta ganhar a guerra e perder a batalha da comunicação, dar um duro danado e tomar rabada de foca cheirando a leite em rede nacional. Qualquer bebê com solidéu na cabeça sabe da importância da imprensa, a data de hoje é emblemática, a guerra vencida transformada em derrota por derrotados com papel, caneta e espaço para contar estórias.

Enfim, o Atlético tem profissionais competentes na área, eles conhecem o ofício, quem sou eu e meus achismos, meus incômodos com a imprensa. Vamos esquecer tudo isso, começar a semana pensando em Libertadores, final de Paranaense, Coritiba de volta à pré-temporada. Mesmo com a mídia aborrecendo meu amanhecer domingueiro, viver atleticano é bom demais.

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