sábado, 29 de março de 2014

A MOQUECA DE DOMINGO

O sábado é para deixar a autoestima do atleticano nas alturas do Himalaia. Às três da tarde, jogo-teste na Arena magnífica, o time da Lib enfrentando o Jotinha. Às seis e meia, na hora do crepúsculo no Barigui, o sub-23 vai à luta contra o Londrina pela semifinal do Paranaense.

O aperitivo é festivo, jogo para chegar cedo, levar câmera, tirar fotos, passear pelas novas instalações, surpreender-se com a beleza, com a qualidade, com o padrão FIFA tão decantado, por fim, emocionar-se. Depois, testar a cadeira confortável, assistir ao jogo, ver a bola rolando no gramado classe A, os repetecos no telão imenso, dar moral ao Adriano caso ele apareça.

Um daqueles instantes para se guardar na memória. Quando o papo no boteco trouxer de volta este 29 de março, o torcedor pé-quente sorteado para o acontecimento histórico dirá com justificada soberba: “Eu estive lá. Eu vi”.

Olhos escancarados e bocas aflitas perguntarão: “E aí, conta, conta como foi”, e a narrativa então começa: “Era uma vez uma Copa do Mundo, todos os bruxos e vampiros se uniram contra o Furacão, e todos foram fragorosamente derrotados por São Petraglia. Então, no dia 29 de março de 2014, as portas do templo se abriram finalmente...” e por aí vai.

O jogo de fundo vale três pontos, uma aventura do tipo eu te desdenho, mas se te ganhar vou fazer uma festa danada. O Ventania, que já estava morto e enterrado, ressuscitou contra a Gralha e agora ninguém sabe aonde vai parar. O futuro é uma incógnita.

Eu tiro minhas conclusões. Se passar do ponto no emocional, se achar favorito, entrar para ganhar e esquecer o equilíbrio, bobear na defesa, corre o risco da derrota, repete o Furacão da quarta-feira. Defender sem erros, atacar com segurança, é o caminho para a vitória. Enfim, repetir o jogo contra a Gralha, enredar o Tubarão, impedir seus ataques e, no momento exato, arpoar o bicho, transformar tubarão em cação, garantir a moqueca de domingo.

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