O time portenho
dificilmente erra passes, põe por terra o mito de que o gramado da Vila impede
o jogo tocado. O Atlético forçava o lance longo, a defesa interceptava e o passe
já saía de primeira para alguém livre iniciar o ataque.
Bem distribuído em
campo, sempre há alguém de azul e branco em condições de receber e passar para
outros disponíveis ao passe de meia distância. Fácil jogar, sem correrias, sem
esforços desmesurados, a individualidade colocada em segundo plano, o coletivo
a prioridade.
Defensivamente, a
primeira linha marca bafando na nuca, os demais se aproximam rapidamente do
homem com a bola, cerram a trinta centímetros, diferente dos rubro-negros,
correndo atrás, atrasados, espiando a dois metros. Tudo fruto da ótima ocupação
de espaços. Quando Natanael esqueceu que a prioridade é marcar, tentou deixar o
atacante em impedimento, gol argentino. Quando empatamos, deixamos o artilheiro
livre, bola na rede. Quando encolhemos sem marcar o homem com a bola, três a
um.
Irmão atleticano, eu sei,
demos bolas na trave, Sosa fez grandes defesas, Bruno Mendes perdeu um livre, mas
taticamente fomos inferiores. Tecnicamente fomos muito prejudicados pelo gol em
início de partida, a saída de Manoel, a juventude, tentamos colocar velocidade
e fomos traídos pelos nervos.
Na realidade, nosso
problema começa quando aos dez minutos a torcida pede Felipe, claro atestado do
nível mediano do nosso elenco. O Atlético não foi às compras e Don Miguel tem
que fazer a omelete com os ovos que tem. Poderia até ter dado certo, então estaríamos
em êxtase e iludidos.
Os bons resultados foram
saindo e o Atlético postergando a ida à feira. Quando o convidado tem algum
estilo faltam as especiarias. Se o Furacão não quer ir às compras, ou não pode,
que vá ao fundo do quintal, traga os meninos que nos fizeram passar para a fase
de grupos. Lá tem pimenta da boa, gente que pensa, pode ajudar. A solução pode
estar no jardim de infância.
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