quinta-feira, 27 de março de 2014

JARDIM DE INFÂNCIA

O Atlético tomou um chocolate do Velez em plena Vila Capanema por uma simples razão, o time argentino é superior ao Furacão em todos os sentidos. Exagero meu, o time de Don Miguel é um guerreiro obstinado, único fator positivo a ressaltar na atuação atleticana. Se o jogo fosse apenas comemorativo poderia ser visto como aula e inúmeras experiências tomadas como ensinamento. Vamos ver.

O time portenho dificilmente erra passes, põe por terra o mito de que o gramado da Vila impede o jogo tocado. O Atlético forçava o lance longo, a defesa interceptava e o passe já saía de primeira para alguém livre iniciar o ataque.   

Bem distribuído em campo, sempre há alguém de azul e branco em condições de receber e passar para outros disponíveis ao passe de meia distância. Fácil jogar, sem correrias, sem esforços desmesurados, a individualidade colocada em segundo plano, o coletivo a prioridade.

Defensivamente, a primeira linha marca bafando na nuca, os demais se aproximam rapidamente do homem com a bola, cerram a trinta centímetros, diferente dos rubro-negros, correndo atrás, atrasados, espiando a dois metros. Tudo fruto da ótima ocupação de espaços. Quando Natanael esqueceu que a prioridade é marcar, tentou deixar o atacante em impedimento, gol argentino. Quando empatamos, deixamos o artilheiro livre, bola na rede. Quando encolhemos sem marcar o homem com a bola, três a um.

Irmão atleticano, eu sei, demos bolas na trave, Sosa fez grandes defesas, Bruno Mendes perdeu um livre, mas taticamente fomos inferiores. Tecnicamente fomos muito prejudicados pelo gol em início de partida, a saída de Manoel, a juventude, tentamos colocar velocidade e fomos traídos pelos nervos.

Na realidade, nosso problema começa quando aos dez minutos a torcida pede Felipe, claro atestado do nível mediano do nosso elenco. O Atlético não foi às compras e Don Miguel tem que fazer a omelete com os ovos que tem. Poderia até ter dado certo, então estaríamos em êxtase e iludidos.

Os bons resultados foram saindo e o Atlético postergando a ida à feira. Quando o convidado tem algum estilo faltam as especiarias. Se o Furacão não quer ir às compras, ou não pode, que vá ao fundo do quintal, traga os meninos que nos fizeram passar para a fase de grupos. Lá tem pimenta da boa, gente que pensa, pode ajudar. A solução pode estar no jardim de infância.

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