Fixo os olhos, coloco os
óculos e o que imagino é verdade. Alguém testa o telão da Buenos Aires. As
imagens se agitam, algo que não consigo precisar, e em instantes aparece o
símbolo do Atlético num fundo branco, inconfundível a uns seiscentos metros de
distância. Largo tudo, giro a cadeira no sentido Arena e fico saboreando a novidade
até o apagar da tela. Uma beleza, mal posso esperar o sábado para adentrar ao
templo e me encharcar de encantamento.
Depois do almoço dos
noventa anos em que revi o Adriano, o Assis, o Sicupira, o Alfredo, o Jackson,
o Gustavo, o Luisinho Neto e grandes amigos atleticanos, os jogos de sábado
serão o coroamento desta semana de intensas vibrações.
Só rever o Sicupa, o
craque da camisa oito de tantos gols, o Assis do fantástico time de 83, o
Adriano do campeão de 2001, o Jackson inventor do Furacão já valeu o ingresso.
Sentar à mesa de uns meninos com aquela fome que todos temos aos dezoito anos,
tão envolvidos com o Furacão, ouvi-los falar com esperança do jogo noturno foi
um carinho para o meu velho coração, uma felicidade saber que eles vivenciarão
o Atlético gigante.
Devem ter saído do jogo
com a alma arrasada, como eu saí em tantos jogos na minha juventude, comendo um
último pão com bife para acalmar o estômago revirado. É assim que funciona.
Perde-se, ganha-se, queremos a utopia, o ganhar sempre, a derrota nos incomoda,
às vezes sinaliza o fim do sonho, é duro ver morrer o sonho.
Para o atleticano o
sonho está vivo. Num mundo em evolução tecnológica constante, o Atlético
evolui, cresce, prepara-se para o futuro no ritmo alucinante da vida moderna, o
telão está lá para provar.
Esses meninos assistirão
jogos sensacionais, finais emocionantes, levantarão taças e lamentarão
derrotas. É assim que a banda toca, as maçãs são poucas, as bocas muitas, o
negócio é persistir, gastar a voz nas arquibancadas, um dia, quando menos se
espera, uma maçã das mais saborosas cai na nossa boca.
O importante é que o
Atlético se aparelha para a vitória. Se eu que parti do nada, vi o Furacão
campeão brasileiro, vice da Libertadores, imaginem esses meninos comilões.
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