Uma semana depois, li a
história toda na revista O Cruzeiro. Lá no meio, entre as fotos do menino Pelé
chorando abraçado a Nilton Santos, do time dando a volta olímpica, do Didi
caminhando com a bola nas mãos após o gol sueco, estava ele, o capitão Bellini,
levantando a taça Jules Rimet. O Brasil era campeão do mundo. Pois esse capitão
de ouro honrou a só se veste por amor.
Caído para a segunda
divisão em 67, o Atlético não precisava de um presidente, precisava de uma
salvador. Foi então que Joffre Cabral e Silva caiu do céu. Ainda lembro sua
frase defendendo a permanência do Atlético na primeirona: “O seu José Milani
não é um hermeneuta, eu sou um hermeneuta”, dizendo-se assim um intérprete das
leis, sua arte para salvar o Furacão. Salvou o Furacão.
Salvou e formou um
timaço em 68. Convenceu Bellini, com ele foi fácil trazer Dorval, Zequinha,
bicampeões do mundo, Zé Roberto, Nair, Milton Dias, Nilson Borges, ressuscitar
o Furacão e mudar a mentalidade dos dirigentes do futebol nativo. Bellini foi
atleticano por dois anos, despediu-se do futebol em 20 de julho de 69. No dia
em que o homem chegou à lua, o capitão aposentou as chuteiras.
Não o vi jogar no
Atlético, já estava longe, ouvindo os jogos pelo rádio, um doido procurando
canto de alojamento premiado com onda da PRB2. Não vi, mas sinto orgulho da sua
passagem pelo Furacão, o capitão de 58, capitão do time do meu coração.
Bellini foi o capitão
que colocou o Brasil no mapa-múndi, nunca mais a Bandeira de cabeça para baixo,
destacou o Atlético no mapa do futebol brasileiro.
Fossemos nós chegados a
cultuar nossos ídolos, na braçadeira de capitão do Atlético deveria estar
gravado para sempre o nome de seu mais importante comandante – BELLINI –,
sublinhado por três douradas estrelas tiradas com pompa e circunstância dos
ombros do primeiro brasileiro capitão de ouro.
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