terça-feira, 26 de março de 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO MEU FURACÃO

“Boa-tarde ouvintes da PRB2, a voz dos pinheirais. Inicia-se agora, para o Brasil e o mundo, a transmissão radiofônica do primeiro jogo do Clube Athlético Paranaense, recém-formado a partir da fusão entre América e Internacional. Boa sorte para o time que nasce para ser o mais importante clube do Paraná, quiçá despontar entre os maiores do Brasil. Vamos para a escalação das equipes. O Clube Athlético Paranaense utilizando o esquema WM formará com Tapyr no gol; Marrecão e Ferrario na becaria; Franico, Laurival e Mallelo na alfaria; Smythe, Ary, Marreco, Maneco e Motta no ataque. O Universal, seu oponente....”

Era 6 de abril de 1924, o Athlético fundado em 26 de março entrava em campo pela primeira vez. Entrava para ganhar, 4 a 2 sobre o Universal. A locução imaginada aconteceu 89 anos atrás. Curitiba tinha 85 mil habitantes, bares e confeitarias eram os pontos de encontro da sociedade, a Farmácia Minerva cuidava da saúde dos curitibanos, o edifício Moreira Garcez, XV com Voluntários, era o primeiro arranha-céu da capital paranaense.

A primeira foto do novo time mostra a equipe ainda com a camisa do Internacional, as rubro-negras não ficaram prontas a tempo, os jogadores ladeados por torcedores em terno e gravata, cabeças cobertas pelo tradicional chapéu palheta.

Uma simples fusão deu origem ao clube que hoje é paixão da maioria dos curitibanos e paranaenses. Uma simples fusão deu origem ao clube que hoje ostenta patrimônio valioso, está incluso na primeira divisão do campeonato nacional, foi o primeiro campeão brasileiro do século 21, já disputou final de Libertadores e trabalha duro para colocar o magnífico Joaquim Américo pronto para os jogos do Mundial de 2014, um orgulho para todo brasileiro.

A evolução foi brutal, a caminhada ao longo dos anos árdua, sofrida, plena de momentos da maior dificuldade, o que valoriza ao extremo o intrépido caminhante.

A Bandeira tremulou altaneira, periclitou, foi salva, restou orgulhosa, levada por milhões de atleticanos que durante anos de história a carregaram sobre os ombros cansados, a umedeceram com lágrimas de tristeza e glória, levam-na zelosos, dobradinha com cuidado na caixinha do coração.

O Hino é canção patriótica, difícil cantá-lo sem que a emoção tome conta, obrigue a silêncios embargados, chegar ao fim sem que lágrima escorra silenciosa pelo rosto idoso, pelas faces jovens dos herdeiros desta herança bendita.

Uma simples fusão deu origem a esse fenômeno que aglutina milhões de torcedores, espalhados por todos os quadrantes deste mundo de Deus. Fusão lembra união. Abençoada união, necessária união em dias de tantos inimigos.

Que nós atleticanos possamos nos abraçar afastando todas as diferenças, abraçar o abraço de desconhecidos em festa a comemorar os gols salvadores de Marreco, de Cireno, de Jackson, de Sicupira, de Oséias, de Alex Mineiro, de Kléber, de Washington, do velho Baier, do menino Douglas Coutinho.

Bom-dia meu amado Atlético. Feliz aniversário meu Furacão.

(Dados históricos obtidos no livro “CAP – Uma Paixão Eterna” de Heriberto Ivan Machado, Valério Hoerner Júnior e José Paulo Fagnani)

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