Marias são avós cuidosas,
abraçam, beijam, sabem rezas milagrosas, caído o neto, acodem com carinho. Se o
choro alonga, afagam, dizem “vai passar, vai passar” ao peraltinha. Se o
resultado é pouco, cochicham “Santa Luzia passou por aqui, com seu cavalinho
comendo capim...”, e a dor vai embora, volta o sorriso como por encanto.
Experientes, afastam dos
guarda-roupas os tons de verde, preferem os sapatinhos vermelhos da paixão, do
amor profundo, querem para seus netinhos a felicidade, o calor das cores,
talvez um calçãozinho branco, nada mais que isso é permitido.
Stellas são mães
corajosas, mulheres que tudo podem, fazem de suas casas empresas de sucesso,
levam-nas nas costas aos confins do mundo. Protagonistas de papéis infindos,
educam, alimentam, transportam, curam, gerenciam, dão amor, põe de castigo, cobram
lições, ajudam outras mães em desespero, nenhuma dor lhes incomoda o passo, cuidam
de estressados maridos rubro-negros, com eles torcem, estão em toda a parte,
tem na Arena o nome escrito na cadeira, o exemplo aos filhos dado sem ter medo.
Arianes, Larissas,
Denises, Julianas, Marianas e Francines são psicólogas, médicas, fotógrafas,
dentistas, professoras, cuidam de corpo e alma, mostram ângulos, educam os
filhos doutros, horas de tremendo esforço para o estranho que lhes chega ao
colo sem nada ter de seu, estranho agradecido que frente a tanto amor vacila,
tropeça e cai na inexorável teia rubro-negra.
São mães também de
Lívias, Manuelas, Júlias, Anas e Eduardas, essas sim atleticanas desde o berço,
sem chance de cair no infeliz engano, felizes elas, filhas de sábias a lhes propor
o rumo.
E nós atleticanos a lhes
admirar os olhos, a sapiência, a força, o zelo, o corpo inteiro, sabedores que
sem elas nada somos, gratos escravos dessas santas, maravilhosas gatas garotas
rubro-negras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário