quinta-feira, 28 de março de 2013

MAIS QUE NECESSÁRIOS

– Atlético de novo? – pergunta a esposa. – De novo – respondo eu, no século 21 com o ultrapassado radinho de pilha na mão, tentando ouvir algo de bom depois do empate no Uruguai, pelo menos uma transmissão mais de acordo com o meu gosto, a que veio do sul, com o empolgado comentarista falando mais que o narrador, me fez ter saudades daquelas emissoras de antigamente em que você “via o jogo ouvindo a rádio...” e o bordão ecoava pelo Maracanã inteiro.

O jogo no Uruguai foi outra decepção. Um empate a um gol, faltando poucos dias para o início da Copa do Brasil. Nem deveria dizer decepção, criticar equipe que você só vê entrando no avião e saindo do ônibus é no mínimo maluquice. O Nhô Drub diz que está tudo bem, tenho que acreditar. O comentarista que atropela o narrador não é confiável.

O que me preocupa é a escalação. O grupo pouco mudou, nenhum nome de peso aportou no Caju, a defesa foi buscar Bruno Costa no Sub-23 para cobrir a falta de Cleberson. O entrosamento do ano passado não tem resolvido contra equipes reservas. Os meses de treinamento parecem não ter agregado grande valor ao conjunto.

Tenho assistido jogos de equipes da primeira divisão e visto times encorpados, alguns com excelentes contratações fortalecendo elencos com bases já bem formadas. Com a pretensão de jogar fora de Curitiba, longe da torcida, temo por mais um ano de sofrimento à distância.

Tive que ouvir mais noventa e um minutos de jogo para ter alguma alegria, sempre com Douglas Coutinho. Com Marcos Guilherme em campo desde o início, o time fez ótimo primeiro tempo e criou várias chances de gol. Bolas na trave, ótimas defesas do goleiro Naldo impediram o gol rubro-negro, o ótimo futebol não rendeu o gol necessário.

O crescimento do Paranavaí na segunda etapa impediu a mesma movimentação do ataque atleticano e remeteu o jogo para os minutos finais. O treinador colocou Pablo e Edigar Junio em campo e foi para o gol de ouro. Tasca substituiu Héracles e aos 40 deu passe para Pablo perder gol feito. Aos 46 serviu Coutinho na entrada da área, o artilheiro matou, avançou entre os zagueiros e bateu forte de esquerda. Desliguei o rádio com um baita sorrisão. Eu gosto de ganhar.

Estamos no jogo. A partida de sábado contra o Londrina decidirá o futuro do projeto Sub-23. Os meninos já fizeram muito. A torcida tem que comparecer, mostrar força, ajudar os piás na chocadeira a amadurecer às pressas, ajudá-los a disputar uma final, carimbar a carteirinha de profissional o mais rápido possível. No cenário que visualizo, eles serão mais que necessários.

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