– Você viu o absurdo?
Vou fazer um e-mail para a Federação, um e-mail deste tamanho. Não dá mais. –
Conclui com os braços abertos sinalizando o tamanho da mensagem. Sem me dar chance
para falar continua. – O Petraglia está certo, tem que colocar um time de
meninos para jogar este campeonatinho.
Concordo satisfeito,
escuto pouco mais das suas lamentações, o jogo contra o Jotinha é lembrado, dou
força para a remessa do e-mail, coloco umas pimentas e parto para o peixe panga,
sem acreditar nos alertas das redes sociais.
A ficha do Paraná caiu
lá atrás, a do Londrina e seus milhares de torcedores caiu no domingo. Se a
campanha de 2012 rendeu poucos dividendos para o Coritiba como o “time dos
paranaenses”, agora é que foi por águas abaixo, quem sabe ainda reste algum torcedor
iludido em Foz do Iguaçu, a capital coxa do nosso interior, segundo me consta,
local de residência do apitador do fim de semana.
Por incrível que pareça,
encontro em alguns rubro-negros de minha estima a ideia de que em nenhum dos
três lances houve pênalti a favor do Londrina. Pelas santas defesas do Caju, até
o meu porteiro coxa acha que o lance envolvendo Rafinha foi pênalti claro. Os
lances são de interpretação. No lance sobre Pereira, bola na direção do gol
interceptada pelo braço do zagueiro, é quase norma na arbitragem brasileira a
marcação do pênalti.
O amigo pode pensar que
sou atleticano revoltado. Nem pensar, desde 2012 me joguei de cabeça no projeto
Sub-23. Não vou me doer pelo Londrina, nem pelo Paraná. Se lhes faltou visão,
se acreditaram que o Atlético era o bandido da história, o Coritiba o bom moço,
atacado pelo pérfido ditador rubro-negro, merecem o castigo. Assumiu que peixe
panga é linguado, azar o seu.
A imprensa, finalmente
meio encabulada, reagiu instando o Londrina a não perder o ânimo, tem ainda o
segundo turno, pode chegar à final. O apresentador lamentou o lento retorno da
defesa londrinense no momento do gol coxa. Após a terceira penalidade não ser
assinalada pelo aplicador da regra, só se os jogadores do Tubarão fossem disciplinados
soldados alemães de elite.
Queimei a cabeça para
escrever o “Fazer a Sua Parte” de ontem, evitando tocar no assunto arbitragem.
Achava perda de tempo. O assunto é viciado, repugnante. Estou fora. O revoltado
amigo paranista, a sinceridade do porteiro, os atleticanos de braços com a
arbitragem me fizeram voltar ao assunto. Uma coisa me deixa feliz, a paranoia
atleticana está virando epidemia.
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