terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TORCER POR ELE


Nhô Drub foi mantido como treinador rubro-negro. Qualquer um de bom senso deve louvar sua permanência. A passagem para a série A, sem dúvida tem respaldo no seu trabalho silencioso. O torcedor fez eco à decisão da diretoria. No futebol, o resultado fala mais alto.

O Nhô Drub, que não conheço pessoalmente, é irmão de grande amigo meu, soldado da melhor qualidade, um poço de seriedade e trabalho. Quando se decidiu pela interinidade do mineiro, sabia que trabalho não faltaria, o que me preocupava era a falta de experiência em time tamanho Atlético.

Nhô Drub foi o pai da esperteza. Muito rapidamente entendeu que a ejeção de treinadores no Furacão era muito mais fundamentada no tom das entrevistas do que no mau rendimento da equipe. Assim, reduziu-se ao futebol, não pediu jogadores, não reclamou de Paranaguá, jamais culpou jogador por resultado infeliz. Mineiramente, ganhou tempo para trabalhar, a confiança do elenco.

Recebeu de Jorginho, seu substituto, o elenco montado. Quando o Cantinflas caiu, o Atlético tinha os jogadores prontos para cumprir a missão, imagino que Nhô Drub, agora seu substituto, o esquema na cabeça para levantar o Atlético.

O mais interessante foi a quantidade de jogadores utilizada pelo treinador. O Atlético deu salto expressivo na tabela contando praticamente com treze jogadores. Vamos a eles: Weverton; Maranhão, Manoel, Cleberson e Botelho; Deivid e João Paulo; Elias, Marcelo, Marcão e Henrique. Quais os outros dois? Felipe e Paulo Baier. Os outros que entraram o fizeram por um jogo ou dois, substituindo ausências causadas por cartões ou lesões de curta duração.

Nesse aspecto, teve no departamento médico e na preparação física organismos de alta qualidade, fundamentais no seu projeto de manutenção do onze principal, origem do entrosamento que nos garantiu a ascensão. Time bom é aquele que a torcida sabe na ponta da língua, diz o princípio transcrito no verso da tábua dos dez mandamentos, em seu Anexo I – Futebol.

Para colocar um defeito, acho o treinador ruim de segundo tempo, sempre as mesmas substituições, muda o jogador, ganha o físico, não muda a forma. As trocas acontecem muito ao final do jogo, quando o tempo já é pequeno demais para virar placar, o adversário já cresceu e o bom resultado passou a depender também da sorte. Se o que escrevo tem mínimo de cabimento, nada que não se possa aperfeiçoar com observação e estudo. No futebol nada se cria, tudo se copia.

O que Nhô Drub não pode fazer é imaginar que tem dívida com os jogadores, achar que pode enfrentar a primeira divisão com o elenco disponível. O Atlético tem que contratar e ele terá que colocar alguns de seus onze históricos leões no banco de reservas. Vai doer, doerá para todos nós, mas tem que ser.

Vai ter tempo para isso, para usar toda a sua mineirice, montar um time novo, algo maior, melhor, manter o espírito, elevar a qualidade. Vai dar certo? O tempo dirá. Dá para torcer por ele.

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