Nhô Drub foi mantido como treinador
rubro-negro. Qualquer um de bom senso deve louvar sua permanência. A passagem
para a série A, sem dúvida tem respaldo no seu trabalho silencioso. O torcedor
fez eco à decisão da diretoria. No futebol, o resultado fala mais alto.
O Nhô Drub, que não conheço
pessoalmente, é irmão de grande amigo meu, soldado da melhor qualidade, um poço
de seriedade e trabalho. Quando se decidiu pela interinidade do mineiro, sabia
que trabalho não faltaria, o que me preocupava era a falta de experiência em
time tamanho Atlético.
Nhô Drub foi o pai da esperteza. Muito
rapidamente entendeu que a ejeção de treinadores no Furacão era muito mais
fundamentada no tom das entrevistas do que no mau rendimento da equipe. Assim,
reduziu-se ao futebol, não pediu jogadores, não reclamou de Paranaguá, jamais
culpou jogador por resultado infeliz. Mineiramente, ganhou tempo para
trabalhar, a confiança do elenco.
Recebeu de Jorginho, seu substituto, o
elenco montado. Quando o Cantinflas caiu, o Atlético tinha os jogadores prontos
para cumprir a missão, imagino que Nhô Drub, agora seu substituto, o esquema na
cabeça para levantar o Atlético.
O mais interessante foi a quantidade
de jogadores utilizada pelo treinador. O Atlético deu salto expressivo na
tabela contando praticamente com treze jogadores. Vamos a eles: Weverton;
Maranhão, Manoel, Cleberson e Botelho; Deivid e João Paulo; Elias, Marcelo,
Marcão e Henrique. Quais os outros dois? Felipe e Paulo Baier. Os outros que
entraram o fizeram por um jogo ou dois, substituindo ausências causadas por
cartões ou lesões de curta duração.
Nesse aspecto, teve no departamento
médico e na preparação física organismos de alta qualidade, fundamentais no seu
projeto de manutenção do onze principal, origem do entrosamento que nos
garantiu a ascensão. Time bom é aquele que a torcida sabe na ponta da língua,
diz o princípio transcrito no verso da tábua dos dez mandamentos, em seu Anexo I
– Futebol.
Para colocar um defeito, acho o
treinador ruim de segundo tempo, sempre as mesmas substituições, muda o jogador,
ganha o físico, não muda a forma. As trocas acontecem muito ao final do jogo, quando
o tempo já é pequeno demais para virar placar, o adversário já cresceu e o bom
resultado passou a depender também da sorte. Se o que escrevo tem mínimo de cabimento,
nada que não se possa aperfeiçoar com observação e estudo. No futebol nada se
cria, tudo se copia.
O que Nhô Drub não pode fazer é
imaginar que tem dívida com os jogadores, achar que pode enfrentar a primeira
divisão com o elenco disponível. O Atlético tem que contratar e ele terá que
colocar alguns de seus onze históricos leões no banco de reservas. Vai doer, doerá
para todos nós, mas tem que ser.
Vai ter tempo para isso, para usar
toda a sua mineirice, montar um time novo, algo maior, melhor, manter o
espírito, elevar a qualidade. Vai dar certo? O tempo dirá. Dá para torcer por
ele.
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