segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

VELA POR TODOS NÓS

O Dagoberto levantou com bom pressentimento. Está com os contatos feitos, os jogadores a contratar conversados, os craques que virão para levar o Atlético à Libertadores prontos para viajar para Curitiba e começar a pré-temporada.

Os recursos para a Arena foram assegurados com a definição do Potencial Construtivo na Câmara Municipal. Alguns dizem que os dinheiros podem chegar já no dia 3 liberando outros montantes para a contratação de jogadores.

Daí o bom pressentimento do Dagoberto. Espera todos os dias que seu Petraglia aperte o botão disponibilizando a verba para que ele deflagre o plano de contratações guardado a sete chaves no cofre do clube.

O espírito de Natal dá maior esperança ao homem do futebol. Vai ver o coração do seu Petraglia está voltado para a gastança, um telefonema rápido, a pergunta simples e ele começa a trabalhar ainda antes da ceia. Vale a pena arriscar.

O telefone toca na residência petragliana. A empregada atende.

– Alô, bom-dia, Feliz Natal – Começamos bem, o espírito é natalino, pensa o Dagoberto.

– Bom-dia, Feliz Natal. Aqui é o Dagoberto, gostaria de falar com o seu Petraglia.

– Um momento. – A menina segue para a sala onde Petraglia está pensativo, a mão direita tapando a boca, a esquerda sob o braço direito, fechado como um caramujo. No que pensa o comandante?

– Dagoberto, o senhor vai atender? – pergunta a serviçal. Petraglia parece acordar de um sonho distante, arruma-se na cadeira e assume o aparelho.

– Fala Dagoberto. Estava pensando em você. Você não morre tão cedo.

– Bom-dia chefe, que assim seja, Feliz Natal. Estou ligando para saber do botão, já apertou, posso começar a trabalhar? – Petraglia pensa, curva-se para frente num movimento agressivo, ai, ai, ai, joga o corpo para trás relaxado, sorri e responde.

– Pode começar, mas lembre-se, só cracão. Poucos e ótimos.

– Pode deixar. Feliz Natal. – Dagoberto desliga e começa a procurar o telefone do Riquelme.

Este é um sonho rubro-negro de Natal. Podia ser verdade. Não importa. Vale apenas para introduzir minha mensagem de Feliz Natal a todos os atleticanos, desde o seu Petraglia até o torcedor mais humilde, aos coxas e paranistas de boa vontade.

Tenham um grande dia, uma bela noite, certos de que o Menino em tip-top vermelho e preto vela por todos nós.

 

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