segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

TODA FORÇA À FRENTE

Em 2001, com tempo de sobra, resolvi fazer o que gostava, ver futebol, estudar o jeito de jogar das equipes, encontrar seus pontos fortes, identificar suas fraquezas. Comecei pelo Paranaense, fui acumulando dados e, frente a tanta papelada, resolvi remeter o resultado do meu trabalho ao treinador rubro-negro. Ia lá no Caju e deixava o envelope tático com o porteiro, pedindo que entregasse ao treinador.

Prossegui no Brasileiro. A cada jogo lá estava eu conversando com o porteiro. Nunca tive resposta. Pode ser que meus conselhos nunca tenham sido sequer lidos, nenhuma influência tenham tido no título de campeão brasileiro. É o mais provável. Já me imaginei treinador e fiquei na dúvida se daria crédito às sugestões de torcedor, um profissional dando ouvidos à arquibancada.

A prova da minha diligência está encadernada em dois tomos, como diria o conselheiro Sátiro com o óculos na ponta do nariz e seu relógio de ouro seguro pela corrente no bolso do colete, com o título de “Como ajudei o Atlético a ser campeão”. Um dia, espero que distante, alguém terá que jogar fora.

Só voltei ao procedimento insano na Libertadores 2005, pouco antes do jogo com o Santos em Curitiba. O técnico, senhor Antônio Lopes. Passada a partida, o telefone toca, a filha atende. Diz ela assustada: “Pai, Antônio Lopes”.

O comandante acusa o recebimento com atraso, só depois do jogo, agradece, diz ter gostado, me enche de alegria. Até a final em São Paulo recebi outros telefonemas, todos plenos de gentileza e esperança nos resultados positivos. Sou um homem cheio de dúvidas. Penso se meus gráficos e conselhos eram realmente aproveitados ou apenas a educação do delegado, ou a superstição que não o abandona, seriam os motivadores das curtas ligações telefônicas.

No ano negro de 2011, quando o delegado voltou ao Furacão, me apressei a montar um dossiê sobre aquele time horrível, fui ao CT e não passei do porteiro. O serviçal não aceitou receber, fez perguntas de todos os tipos, desisti, aquele era realmente um Atlético ruim do presidente ao porteiro.

Agora vejo Antônio Lopes de volta, diretor de futebol. Será o elo entre a presidência e a comissão técnica. Ninguém melhor. O delegado é grande campeão, já exerceu a função na seleção brasileira campeã com Felipão, tem tudo para dar certo. Eu, particularmente, estou feliz.

È assim que vou começar 2013, feliz com a contratação, cheio de esperanças. Ao rubro-negro de coração, aconselho ter fé. 2013 será o ano da união, as dificuldades serão múltiplas, deverão ser enfrentadas sem desânimos, as mãos dadas, o olhar sempre voltado para o futuro gigante, nada de ciscar para trás.

É família Furacão, vamos que vamos, com saúde, com fé, toda força à frente.

 

 

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