quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ECOS DA UTI

Terminado o ano, missão cumprida, o Furacão hiberna no calorão de dezembro, o torcedor de vez em quando espia o noticiário em busca das contratações para 2013. Até agora nada. A boa notícia é a pré-temporada do Sub-23. Colocar os “aspirantes” para jogar o estadual, dando tempo para que os titulares se preparem com tranquilidade para as competições nacionais é ótima ideia.

Vai dar certo. Os times do interior são muito fracos, com boa preparação é dever ganhar de todos, passar por cima. O Paraná agoniza dando sustos nos gigantes, um Davi movido a invejas e ódios. Pode fazer uma traquinagem. O resultado final depende, como sempre, do jogo com o Coritiba. Aí é jogar a moeda para cima.

Eu estou colocando em forma os meus textos deste ano. No formato livro foram quase quatrocentas páginas. Estou com dúvida sobre o título do calhamaço. “Direto da Sala de Recuperação”, “Quase Enfartei, Mas Subi” e “Ecos da UTI” estão em estudo.

Foi um ano difícil. Um título perdido nos pênaltis, uma eliminação na Copa do Brasil para o Palmeiras campeão, agora na segunda divisão, um início terrível no Brasileiro, uma recuperação de cavalo inglês tratado a cenoura radioativa. Foi sofrido demais, trinta e oito jogos e a vida decidida nos últimos segundos. Quem é que aguenta?

Ao lado da total imprevisibilidade em campo, a construção da Arena, boicotada por qualquer que pudesse colocar um empecilho, foi outro fator de irritação para todos os atleticanos. Boas notícias uma raridade. O campo dos sonhos foi se desmanchando a picaretas, o frenesi da obra em ascensão jamais visto. Dá-se a impressão de fogueira à espera de sopro poderoso a dar vida às labaredas.

O apaixonado atleticano que a tudo isso juntou um probleminha particular, e quem não os tem, caminhou sobre brasas o ano todo. O coitado que tem um celular da TIM chegou a tostar as pelotas.

Assim, para dar algum ânimo, cada parágrafo tinha que ser escrito com um pingo de crítica, três gotas de conselho, um balde de elogios, um tonel de lembranças dos tempos difíceis, de tudo que já passamos, a história como estímulo a nos manter confiantes, com a cabeça fora d’água.

O esforço de todo o povo rubro-negro levou ao final feliz. O povo peregrinou pelo país, armou sua tenda no Ecoestádio e fez daquele cantinho espremido do Barigui o seu desfiladeiro das Termópilas. Ali lutou, sofreu, cantou, achou que tudo estava perdido, levou as mãos à cabeça em desespero, esticou os braços, saltou como criança comemorando o acesso.

É a esse torcedor apaixonado, ao amigo que me deu o prazer da sua leitura, do seu comentário, do seu compartilhar, do seu curtir, da sua crítica, da correção do meu triste engano é que vai o abraço deste escriba neste último texto a fechar seu livro do ano. Você merece todo o meu respeito, foi um bravo, está na história. A você irmão de fé um Feliz Natal e um Ano Novo pleno de saúde e paz. Você merece campeonatos, medalhas, muito mais, o amor da sua família, ter Deus com os olhos voltados para o seu lar.

Vou me emocionando e me alongando. A Xerox do best seller único  vai ficar cara. Parei, pensei, pensei e me decidi. O título do calhamaço vai ser mesmo “Ecos da UTI”.

 

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