Vai dar certo. Os times
do interior são muito fracos, com boa preparação é dever ganhar de todos,
passar por cima. O Paraná agoniza dando sustos nos gigantes, um Davi movido a
invejas e ódios. Pode fazer uma traquinagem. O resultado final depende, como
sempre, do jogo com o Coritiba. Aí é jogar a moeda para cima.
Eu estou colocando em
forma os meus textos deste ano. No formato livro foram quase quatrocentas
páginas. Estou com dúvida sobre o título do calhamaço. “Direto da Sala de
Recuperação”, “Quase Enfartei, Mas Subi” e “Ecos da UTI” estão em estudo.
Foi um ano difícil. Um
título perdido nos pênaltis, uma eliminação na Copa do Brasil para o Palmeiras campeão,
agora na segunda divisão, um início terrível no Brasileiro, uma recuperação de
cavalo inglês tratado a cenoura radioativa. Foi sofrido demais, trinta e oito
jogos e a vida decidida nos últimos segundos. Quem é que aguenta?
Ao lado da total
imprevisibilidade em campo, a construção da Arena, boicotada por qualquer que
pudesse colocar um empecilho, foi outro fator de irritação para todos os
atleticanos. Boas notícias uma raridade. O campo dos sonhos foi se desmanchando
a picaretas, o frenesi da obra em ascensão jamais visto. Dá-se a impressão de
fogueira à espera de sopro poderoso a dar vida às labaredas.
O apaixonado atleticano
que a tudo isso juntou um probleminha particular, e quem não os tem, caminhou
sobre brasas o ano todo. O coitado que tem um celular da TIM chegou a tostar as
pelotas.
Assim, para dar algum
ânimo, cada parágrafo tinha que ser escrito com um pingo de crítica, três gotas
de conselho, um balde de elogios, um tonel de lembranças dos tempos difíceis,
de tudo que já passamos, a história como estímulo a nos manter confiantes, com
a cabeça fora d’água.
O esforço de todo o
povo rubro-negro levou ao final feliz. O povo peregrinou pelo país, armou sua
tenda no Ecoestádio e fez daquele cantinho espremido do Barigui o seu
desfiladeiro das Termópilas. Ali lutou, sofreu, cantou, achou que tudo estava
perdido, levou as mãos à cabeça em desespero, esticou os braços, saltou como
criança comemorando o acesso.
É a esse torcedor
apaixonado, ao amigo que me deu o prazer da sua leitura, do seu comentário, do
seu compartilhar, do seu curtir, da sua crítica, da correção do meu triste
engano é que vai o abraço deste escriba neste último texto a fechar seu livro
do ano. Você merece todo o meu respeito, foi um bravo, está na história. A você
irmão de fé um Feliz Natal e um Ano Novo pleno de saúde e paz. Você merece
campeonatos, medalhas, muito mais, o amor da sua família, ter Deus com os olhos
voltados para o seu lar.
Vou me emocionando e me
alongando. A Xerox do best seller único vai ficar cara. Parei, pensei, pensei e me
decidi. O título do calhamaço vai ser mesmo “Ecos da UTI”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário