O Paraná fez
água, deve salários, salários para todo mundo, os jogadores se reuniram e deram
um ultimato à diretoria. Jogam até a próxima terça-feira, se solução definitiva
não acontecer, é greve. O Paraná vive o mesmo problema enfrentado pelo
Botafogo. Dívidas sem fim, fossem empresas, já teriam fechado as portas.
Muitas vezes
saí ali da Brasílio Itiberê, atravessei o cemitério e fui a pé com a turma da
rua assistir jogos no Orestes Thá, propriedade do então Água Verde, que deveria
na verdade se chamar Guaíra, nome do bairro onde ainda se localiza sede do
clube que a inteligência paranista pensa passar nos cobres para pagar a dívida.
Quando
converso com os velhos italianos criadores do clube, que por meio de sucessivas
adições transformou-se no atual Paraná, ouço de todos eles a certeza do
fechamento. Alguns acusam a ala do antigo Ferroviário de responsável pelo
desastre, dizem que no Pinheiros até para se comprar um lápis tinha que se
mostrar necessidade, quando os colorados assumiram as contas a vaca foi para o
brejo.
Eles que são
brancos que se entendam. Penso que a Gralha se meteu numa arapuca da qual não
sai sem apoios externos, sem ajuda não levanta voo. De onde poderia vir essa
ajuda? Creio que Atlético e Coritiba poderiam ajudar.
Empréstimo
de jogadores mantendo o pagamento dos salários, o Corinthians tem Emerson no
Fogão desta forma, pagamento de salário de jogadores sobre os quais tenham
interesse tendo como retorno percentual do passe do atleta, uma partida na
Arena com renda revertida para o Paranito, a Arena é uma atração e tanto, com a
palavra os criativos.
Penso que se
a cidade não se mobilizar, segue a Gralha para a degola, ou para um grande
investidor que assuma a dívida e o clube, um multimilionário russo, um sheik
das Arábias, um desses empresários de secos e molhados que tem 20 jogadores
aqui, vinte ali.
Para quem
assiste o drama da última fila, parece que a degola é a realidade a enfrentar. Seria
uma pena, a última morte de uma dezena de clubes da velha Curitiba. E eu
ficaria só com duas lembranças desses clubes, um balão impossível que o
Mandrake deu em lateral do Água Verde (Fonti?) na bandeirinha de escanteio e os
quatro gols do Ziquita. Não se pode negar, ótimas lembranças.
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