quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ÓTIMAS LEMBRANÇAS

O Paraná fez água, deve salários, salários para todo mundo, os jogadores se reuniram e deram um ultimato à diretoria. Jogam até a próxima terça-feira, se solução definitiva não acontecer, é greve. O Paraná vive o mesmo problema enfrentado pelo Botafogo. Dívidas sem fim, fossem empresas, já teriam fechado as portas.
Muitas vezes saí ali da Brasílio Itiberê, atravessei o cemitério e fui a pé com a turma da rua assistir jogos no Orestes Thá, propriedade do então Água Verde, que deveria na verdade se chamar Guaíra, nome do bairro onde ainda se localiza sede do clube que a inteligência paranista pensa passar nos cobres para pagar a dívida.
Quando converso com os velhos italianos criadores do clube, que por meio de sucessivas adições transformou-se no atual Paraná, ouço de todos eles a certeza do fechamento. Alguns acusam a ala do antigo Ferroviário de responsável pelo desastre, dizem que no Pinheiros até para se comprar um lápis tinha que se mostrar necessidade, quando os colorados assumiram as contas a vaca foi para o brejo.
Eles que são brancos que se entendam. Penso que a Gralha se meteu numa arapuca da qual não sai sem apoios externos, sem ajuda não levanta voo. De onde poderia vir essa ajuda? Creio que Atlético e Coritiba poderiam ajudar.
Empréstimo de jogadores mantendo o pagamento dos salários, o Corinthians tem Emerson no Fogão desta forma, pagamento de salário de jogadores sobre os quais tenham interesse tendo como retorno percentual do passe do atleta, uma partida na Arena com renda revertida para o Paranito, a Arena é uma atração e tanto, com a palavra os criativos.
Penso que se a cidade não se mobilizar, segue a Gralha para a degola, ou para um grande investidor que assuma a dívida e o clube, um multimilionário russo, um sheik das Arábias, um desses empresários de secos e molhados que tem 20 jogadores aqui, vinte ali.

Para quem assiste o drama da última fila, parece que a degola é a realidade a enfrentar. Seria uma pena, a última morte de uma dezena de clubes da velha Curitiba. E eu ficaria só com duas lembranças desses clubes, um balão impossível que o Mandrake deu em lateral do Água Verde (Fonti?) na bandeirinha de escanteio e os quatro gols do Ziquita. Não se pode negar, ótimas lembranças.

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