Irmão rubro-negro, o dia
espetacular não lançou suas luzes sobre o futebol do Atlético. O primeiro tempo
foi decepcionante. Aos 2 minutos Santos salvou gol feito. Aos 19, Bruno Costa
conseguiu se recuperar e impedir outro gol do time das aves. Como de hábito o
Furacão tem dificuldades no passe, tenta jogar de primeira, erra, quando tenta
um corta-luz, um calcanhar, a bola encontra agradecidos jogadores de branco.
Aos 31, o senhor do meu
lado deu um bocejo tão grande que os cabelos do viking balançaram como em cena
de desenho animado, acordou com o susto de Santos aparando chute da direita, a
bola na trave e de volta à suas mãos.
Foram 45 minutos muito
ruins. Com Myller sempre livre pela esquerda, o Atlético evita o setor, insiste
no passe, a jogada individual que possa ultrapassar barreira inicial e
desequilibrar o sistema defensivo não acontece. Vive de tiros de meta, de bolas
paradas – Crislan quase faz de cabeça aos 25 –, marca a saída de bola no meio
de campo, deixa os zagueiros trocarem bolas com liberdade, assim, longe da ação,
Edigar e Coutinho escutam o juiz apitar o final do tempo.
Só para ajudar, Zuchi
não precisa dar tanta bicuda, Hernani tem que deixar de ser estiloso, telegrafa
todos os passes.
O segundo tempo começa
na mesma balada. Aos 7 lançamento sobre a defesa encontra gaivota livre na
frente de Santos. Uma modificação me anima. Coutinho vem jogar pela meia
esquerda, Edigar avança para o lado direito do ataque e Crislan fica pela
esquerda. A mudança funciona.
Já aos 8, Léo entra pela
área, passa a Crislan, daí para Zezinho, bola na trave. Edigar começa a
incomodar pela direita, cruza, o goleiro pega. Aos 12, escapa, cruza, o goleiro
dá rebote para o meio da área, Coutinho marca. Aos 20, entra pelo meio,
livra-se do marcador, cruza, o zagueiro desvia para Crislan marcar.
Dois a zero, faltando 10
para acabar, Jean Felipe substitui Léo e Edigar dá lugar a Erwin. Acho que a ideia
foi jogar com 3 zagueiros. No meu dicionário de futebol reforçar a defesa
significa chamar o adversário. Dificilmente erro. Espero um pouco mais, jogo
corda abaixo e desço a montanha. Na trilha para o acampamento base sei do
pênalti de Jean Felipe, lanço minhas esperanças em Santos, o Arapongas sai do
zero.
O Atlético vai dormir na
liderança. O torcedor que pagou picolé a 5 reais sonha com tropeço do Londrina.
Vamos fantasma, faz uma caridade, arpoa esse tubarão.
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