domingo, 7 de abril de 2013

ARPOA ESSE TUBARÃO

Tarde belíssima, fiz pequena caminhada, dei meu grito de montanha, joguei corda acima e subi o metálico Himalaia. Novato na cordilheira, sentei atrás da Fanáticos e suas bandeiras, de um eucalipto para-raios, de um poste de iluminação, um viking de cabelos espetados acomodou-se na minha frente, assisti a pelada oscilando em busca de imagens como limpador de para-brisas. Temos que terminar a Arena amanhã. Que saudades.

Irmão rubro-negro, o dia espetacular não lançou suas luzes sobre o futebol do Atlético. O primeiro tempo foi decepcionante. Aos 2 minutos Santos salvou gol feito. Aos 19, Bruno Costa conseguiu se recuperar e impedir outro gol do time das aves. Como de hábito o Furacão tem dificuldades no passe, tenta jogar de primeira, erra, quando tenta um corta-luz, um calcanhar, a bola encontra agradecidos jogadores de branco.

Aos 31, o senhor do meu lado deu um bocejo tão grande que os cabelos do viking balançaram como em cena de desenho animado, acordou com o susto de Santos aparando chute da direita, a bola na trave e de volta à suas mãos.

Foram 45 minutos muito ruins. Com Myller sempre livre pela esquerda, o Atlético evita o setor, insiste no passe, a jogada individual que possa ultrapassar barreira inicial e desequilibrar o sistema defensivo não acontece. Vive de tiros de meta, de bolas paradas – Crislan quase faz de cabeça aos 25 –, marca a saída de bola no meio de campo, deixa os zagueiros trocarem bolas com liberdade, assim, longe da ação, Edigar e Coutinho escutam o juiz apitar o final do tempo.

Só para ajudar, Zuchi não precisa dar tanta bicuda, Hernani tem que deixar de ser estiloso, telegrafa todos os passes.

O segundo tempo começa na mesma balada. Aos 7 lançamento sobre a defesa encontra gaivota livre na frente de Santos. Uma modificação me anima. Coutinho vem jogar pela meia esquerda, Edigar avança para o lado direito do ataque e Crislan fica pela esquerda. A mudança funciona.

Já aos 8, Léo entra pela área, passa a Crislan, daí para Zezinho, bola na trave. Edigar começa a incomodar pela direita, cruza, o goleiro pega. Aos 12, escapa, cruza, o goleiro dá rebote para o meio da área, Coutinho marca. Aos 20, entra pelo meio, livra-se do marcador, cruza, o zagueiro desvia para Crislan marcar.

Dois a zero, faltando 10 para acabar, Jean Felipe substitui Léo e Edigar dá lugar a Erwin. Acho que a ideia foi jogar com 3 zagueiros. No meu dicionário de futebol reforçar a defesa significa chamar o adversário. Dificilmente erro. Espero um pouco mais, jogo corda abaixo e desço a montanha. Na trilha para o acampamento base sei do pênalti de Jean Felipe, lanço minhas esperanças em Santos, o Arapongas sai do zero.

O Atlético vai dormir na liderança. O torcedor que pagou picolé a 5 reais sonha com tropeço do Londrina. Vamos fantasma, faz uma caridade, arpoa esse tubarão.

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