terça-feira, 23 de abril de 2013

O PIÁ VAI LONGE

Domingo o Furacão foi, foi, foi, foi? Malvadaço. O Edigar Junio foi, foi, foi, foi? Impiedoso. O Zezinho foi, foi, foi, foi? Magistral. O Hernani foi, foi, foi, foi? Atrevido. O Crislan foi, foi, foi, foi? Crudelíssimo. Disse que falaria hoje sobre os heróis do clássico acachapante e já anuncio aqui o nome de alguns.

Na entrada principal da Vila Olímpica, que eu não consegui descobrir onde é, deveria ser colocada placa com o nome dos participantes da partida memorável e a inscrição: “Aqui neste modesto estádio valorosos jovens vestidos em vermelho e preto deram uma aula de futebol ao time titular coxa-branca, relembraram momentos históricos da garra atleticana, fizeram velhos corações se emocionarem com a redescoberta dos verdadeiros valores rubro-negros”.

Como diria o Prof. Berna, o maior valor está no coletivo. Ele está certo, como esteve certo o jogo todo, com a escalação inicial correta e o deslocamento perfeito de Hernani para a direita, movimento capital, xeque-mate no avanço coxa pela esquerda, fim do desequilíbrio, início do massacre.

Ao procurar dar ressalte a jogadores participantes desse coletivo bem-sucedido, fiquei frente a cenário como o de premiação de voleibol, quando a um chamado sobem todos os atletas de um único salto ao patamar da vitória. Enaltecer o atacante, volto ao primeiro parágrafo e só vejo nomes de atacantes, será imaginar menor o importantíssimo trabalho do defensor, valorizar Crislan, esquecer  a absoluta eficiência do sensacional Santos.

Para não cair nesta armadilha, reverenciando a todos na figura de Renan Foguinho, liderança física poderosa, um leão com juba e tudo, vou dar relevo a apenas um dos guerreiros do inesquecível 21 de abril em que o vovô perdeu a dentadura. E o escolhido é? Hernani.

Por quê? Andei botando a boca no menino, critiquei, disse que telegrafava os passes, era muito estiloso, fazia faltas perigosas, critiquei por reconhecer nele talento e talento não se desperdiça, orienta-se.

Pois o danado jogou como gente grande. Começou pela esquerda, fechando o setor na marcação, e no momento preciso recebeu de Héracles e com exuberante simplicidade devolveu, daí para o primeiro gol foram três segundos.

Necessário pela direita, para lá foi, marcou, se fez alguma falta não anotei, e quando lançado por Zezinho avançou e deu outro passe precioso para Edigar, mais três segundos e o segundo gol. Para quem não sabe o porquê do estiloso, observe uma certa quebrada de quadril, um movimento de ombro para baixo quando do momento do chute certeiro. O piá é cheio de veneno.

Para arrematar deu um corte em Alex e tomou um passa-pé revoltado. Alex ficou roxo de vergonha e foi levantar o menino. Pela pouca idade, pela participação com elevada técnica nos dois primeiros gols, com a eficiente participação tática, a marcação sem grosserias, considerei Hernani o mais importante jogador do clássico. Como tantos outros deste time de heróis, o piá vai longe.

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