Fui para o fim do espetáculo,
cheguei ao resultado sem passar pelas amarguras de um jogo em que o Atlético
penou do começo ao fim, mesmo alugando meio campo quase os noventa minutos.
O Furacão foi ao ataque
com Marcelo e Everton alternando-se pelos lados, Marcão fixo no comando, Elias
na articulação central das jogadas e Deivid avançando pelo setor direito. Os
laterais posicionaram-se ofensivamente e Manoel seguiu na esteira de Léo,
deixando a defesa nas mãos únicas de Cleberson, um perigo. Levar todo o setor
direito defensivo ao ataque é erro velho, repetir erros é imperdoável.
Esse esquema foi
bloqueado com facilidade pela defesa do Brasil de Pelotas. O Atlético foi lento
na saída de bola, jogou lateralmente, não mostrou jogada ensaiada, individual,
um drible, uma troca de passes com o pivô, uma virada de jogo clarificadora,
não teve um momento de levantar a torcida enregelada. Um chute fraco de Marcelo
de fora e chance perdida por Cleberson finalizando de cabeça cobrança de bola parada
foram os pontos altos da primeira fase.
Para ser bem honesto, a
partir dos 35 os laterais começaram a trabalhar com algum sucesso. Léo fez bom
cruzamento, tentou a tabela uma vez com Deivid, outra com Elias, sem conseguir
melhor posição para finalizar. Foi por pouco. Botelho fez dois bons cruzamentos
perdidos por Marcelo. Encolho-me para o intervalo com boa impressão do lateral
Léo.
O segundo tempo levou o
Brasil ao ataque. Avançou a defesa, passou a incomodar, conseguir escanteios,
aos 12 Baier substituiu Elias, aos 17 o menino atrás de mim pediu para ir
embora, estava com frio, aos 18 o atacante xavante ficou de frente para Weverton
e perdeu. Um gol ali e a vaca ia para o brejo. A torcida não apurou o petiço,
mas estava tão quieta que o apito do juiz era ouvido no alto do Himalaia.
Baier ainda não tinha
pego na bola quando aos 23 Léo avançou pelo meio e na entrada da área deu passe
açucarado para o iluminado. O chute saiu rasteiro, gol do Furacão. Acabou o
jogo, o menino já pode ir embora, começo a sonhar com um chocolate quente.
Para colocar a cereja no
bolo, aos 33 Léo entrou pela direita, deu outro passe pudim de leite para
Baier, o cruzamento saiu rasteiro para a finalização de Everton. Dois a zero.
Já posso deixar o Himalaia inóspito, ir para casa. Um jogo confuso, pouco
objetivo, foi salvo pela dupla Léo e Paulo Baier.
Uma das minhas
expectativas era o placar confortável. Dois a zero é um placar confortável. Faz
muito tempo não conseguíamos passar para a segunda fase da Copa do Brasil com
duas vitórias. Visto pelo lado aritmético tudo bem. Para quem foi ao Himalaia
ver a estréia do Furacão, ficou uma certeza, esperava muito mais.
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