quinta-feira, 18 de abril de 2013

ESPERAVA MUITO MAIS

A maioria das minhas melhores expectativas se desvaneceu na fria noite em que subi a montanha para dizer outra vez que saudades da arena. Irmãos, as gerações futuras acomodadas na moderníssima Baixada não terão noção dos anos de sofrimentos pelos quais passamos agora. Para piorar, o Atlético foi mal o jogo todo, fez dois a zero em lances isolados.

Fui para o fim do espetáculo, cheguei ao resultado sem passar pelas amarguras de um jogo em que o Atlético penou do começo ao fim, mesmo alugando meio campo quase os noventa minutos.

O Furacão foi ao ataque com Marcelo e Everton alternando-se pelos lados, Marcão fixo no comando, Elias na articulação central das jogadas e Deivid avançando pelo setor direito. Os laterais posicionaram-se ofensivamente e Manoel seguiu na esteira de Léo, deixando a defesa nas mãos únicas de Cleberson, um perigo. Levar todo o setor direito defensivo ao ataque é erro velho, repetir erros é imperdoável.

Esse esquema foi bloqueado com facilidade pela defesa do Brasil de Pelotas. O Atlético foi lento na saída de bola, jogou lateralmente, não mostrou jogada ensaiada, individual, um drible, uma troca de passes com o pivô, uma virada de jogo clarificadora, não teve um momento de levantar a torcida enregelada. Um chute fraco de Marcelo de fora e chance perdida por Cleberson finalizando de cabeça cobrança de bola parada foram os pontos altos da primeira fase.

Para ser bem honesto, a partir dos 35 os laterais começaram a trabalhar com algum sucesso. Léo fez bom cruzamento, tentou a tabela uma vez com Deivid, outra com Elias, sem conseguir melhor posição para finalizar. Foi por pouco. Botelho fez dois bons cruzamentos perdidos por Marcelo. Encolho-me para o intervalo com boa impressão do lateral Léo.

O segundo tempo levou o Brasil ao ataque. Avançou a defesa, passou a incomodar, conseguir escanteios, aos 12 Baier substituiu Elias, aos 17 o menino atrás de mim pediu para ir embora, estava com frio, aos 18 o atacante xavante ficou de frente para Weverton e perdeu. Um gol ali e a vaca ia para o brejo. A torcida não apurou o petiço, mas estava tão quieta que o apito do juiz era ouvido no alto do Himalaia.

Baier ainda não tinha pego na bola quando aos 23 Léo avançou pelo meio e na entrada da área deu passe açucarado para o iluminado. O chute saiu rasteiro, gol do Furacão. Acabou o jogo, o menino já pode ir embora, começo a sonhar com um chocolate quente.

Para colocar a cereja no bolo, aos 33 Léo entrou pela direita, deu outro passe pudim de leite para Baier, o cruzamento saiu rasteiro para a finalização de Everton. Dois a zero. Já posso deixar o Himalaia inóspito, ir para casa. Um jogo confuso, pouco objetivo, foi salvo pela dupla Léo e Paulo Baier.

Uma das minhas expectativas era o placar confortável. Dois a zero é um placar confortável. Faz muito tempo não conseguíamos passar para a segunda fase da Copa do Brasil com duas vitórias. Visto pelo lado aritmético tudo bem. Para quem foi ao Himalaia ver a estréia do Furacão, ficou uma certeza, esperava muito mais.

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