quinta-feira, 4 de abril de 2013

MELHORAR MUITO

O Atlético venceu o Brasil de Pelotas, um a zero magrinho, gol de pênalti, tem volta. O retorno do Furacão à telinha não foi o que o torcedor esperava, queria mais o rubro-negro saudoso do time principal. Felizmente ganhou, tornou o jogo em Curitiba menos dramático, pensando bem, pode ser até bom, o time tem oportunidade de jogar partida valendo classificação, precisa, tivesse vencido ficaria mais um mês treinando no Caju.

Os três meses de treinamento não renderam muita coisa. Em nenhum momento se viu o Atlético com o efetivo controle do jogo, fruto de boa organização, de correta troca de passes, de eficiente desempenho coletivo, da veloz transição para o ataque, da utilização de velhas jogadas ensaiadas de 2012 ou de qualquer novidade tática surgida na longa pré-temporada.

O futebol coletivo foi tão desprovido de brilho que cheguei a anotar: “33 minutos – CAP faz boa troca de passes pela direita”. Dei realce a lance que deveria ser a tônica do desempenho da equipe.

Cinco minutos de presença no ataque garantiram o resultado. Final de primeiro tempo, o Furacão chegou duas vezes pela direita, Jonas e Everton, Marcelo acertou um belo chute de fora, três escanteios cobrados pela esquerda, o último resultou na jogada do pênalti, falta clara sobre Everton. Elias bateu e marcou.

Pensei cá comigo. Teremos um melhor segundo tempo, prevalecerá a nossa preparação física, ótima chance para ganhar entrosamento, o Brasil sai para o ataque, um bom contragolpe define o resultado desejado, vamos tocar a bola.

O gol de Elias bastou e foi só. Minhas expectativas não se concretizaram. Repetindo o jogo lateral no meio de campo, sem a subida dos laterais, errando passes longos e curtos, o Atlético não criou situações claras de gol, finalizou uma vez de fora com perigo, Everton o autor da proeza, João Paulo quase marcou aos 47 recebendo ótimo passe de Fran Mérida atrás do zagueiro.

Um dedo de prosa sobre os 30 minutos de jogo de Fran Mérida. Tem visão de jogo e sabe lançar longo na vertical do gol. É meia com gosto pela assistência. Gostei. Marcação? Se ele fizer uma sombra já estou satisfeito.

Gostei de mais alguma coisa? Manoel e Luiz Alberto foram muito eficientes. O Brasil só teve uma chance pelo meio do ataque, salva por ótima saída de Weverton.

Perguntado qual a principal diferença do time atual para aquele que subiu para a primeira divisão, diria sem muito pensar que a ação dos laterais, encolhidos na defesa, com pouquíssima participação ofensiva, é o diferencial maior entre passado e presente. O desdobramento do jogo não permitiu avaliação honesta sobre a qualidade técnica de Jonas e Léo. Fica para a próxima.

Todo esse posicionamento defensivo, Everton foi muito mais marcador que armador, o zero gol sofrido, pode ser responsabilizado pela vitória. Um gol solitário garantiu o primeiro mata. Sacrificou o ataque, mas garantiu o placar.

Esta era partida de segurança, carregada de expectativas, uma derrota teria consequências graves. O risco pode ter levado Nhô Drub a todas as cautelas. Em entrevista anterior ao jogo, quase entendi o treinador prometendo a volta no Janguito, antevendo o futuro.

A vitória magra não trouxe a alegria esperada, trouxe o alívio, o tempo para treinar em paz, tempo para melhorar, e melhorar muito.

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