A
minha tarde de muito sustos começou com o gol do Londrina logo aos dois minutos
no Couto Pereira. Nada bom. O resultado implica em ter de ganhar, o Furacão vai
bem, tem o jogo todo para conquistar os três pontos. Vamos Furacão! Vamos Coxa!
O amigo percebeu, coloquei até um C maiúsculo no Coxa. Ele não me desaponta,
aos nove empata e eu fico mais tranquilo.
Minha
felicidade demora pouco. Aos 23, em contra-ataque pela esquerda, gol do
Fantasma. Eu não mereço. O empate serve. Vamos Atlético! Agora é o Rubro-Negro
que me dá alegria. Aos 30, cobrança de falta, Foguinho cabeceia, o goleirão faz
milagre, Guilherme cruza e Coutinho marca. O gol acalma, o time joga bem, Léo
faz ótima partida pela direita, os cruzamentos acontecem, mas é o Operário que
aos 44 e 45 perde gols feitos.
Estou
confiante. A voz do vestiário vai se ouvir. A vulnerabilidade no nosso setor
esquerdo defensivo vai se resolver, é hora do nosso segundo tempo matador.
Infelizmente, a necessidade de ganhar, os dois bons momentos no final da fase
parecem ter motivado o Fantasma doido para me assustar.
O
Operário de postura defensiva no primeiro tempo e força no contragolpe sofre
transformação radical. Vai ao ataque com tudo, o Atlético que tivera jogo sem
oscilações contra o Alviverde cai de produção, é atacado, perde as segundas
bolas, Santos salva, a trave salva, Léo salva, aos 17 a casa cai, gol do
Fantasma. Cruz credo! Agora só o Coxa salva.
Será?
O radinho diz que o Londrina está melhor, pressiona, estou vendo a viola em
cacos quando aos dezenove, Rafinha – rubro-negro desde criancinha – vira o
placar, quatro minutos depois Leandro Almeida marca e dá o título ao
Furacãoooo! Eôôôô! Atléticôôô! Onde está a taça? Levaram para Ponta Grossa?
O
jogo segue e o Atlético vai levando gols, o terceiro aos 32, aos 44, de pênalti
o Operário fecha o placar, 4 a 1. O jogo acaba, os jogadores permanecem em
campo esperando o apito final em Curitiba. Termina a partida no Couto, o
presidente da Federação lamenta, o Londrina encerra bela campanha, os
rubro-negros festejam em Ponta Grossa. A
taça estava lá.
Procurar
as causas do placar desastroso é especular. É certo que o intervalo funcionou
muito melhor para o Operário. Atacou desde o início, conseguiu o gol e se
aproveitou da necessidade rubro-negra de tentar o empate. Assistindo com calma
os gols da partida vejo falhas da defesa em todos eles, o primeiro idêntico a
gol sofrido contra os coxas no primeiro turno. Impossível negar que todas essas
falhas foram habilmente aproveitadas pelos jogadores do time da Princesa,
afinal, o que nunca se pode esquecer é que o adversário joga.
Espero
que o susto tremendo dado pelo Fantasma sirva para alguma coisa. O Prof. Berna
vai dormir campeão, com a prancheta na mão. A empresa que tem pela frente é
para Hércules nos seus melhores momentos. É possível? Claro que é. Está na
Bíblia. É só procurar a história de um tal Davi, o menino que virou rei.
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