segunda-feira, 29 de abril de 2013

O MENINO QUE VIROU REI

O que o presidente da Federação não queria aconteceu. O Atlético é campeão do segundo turno, está na final com o Coritiba, alguém poderá dizer, graças ao Coritiba. Eu não estou nem aí, sou campeão, quero é comemorar.

A minha tarde de muito sustos começou com o gol do Londrina logo aos dois minutos no Couto Pereira. Nada bom. O resultado implica em ter de ganhar, o Furacão vai bem, tem o jogo todo para conquistar os três pontos. Vamos Furacão! Vamos Coxa! O amigo percebeu, coloquei até um C maiúsculo no Coxa. Ele não me desaponta, aos nove empata e eu fico mais tranquilo.

Minha felicidade demora pouco. Aos 23, em contra-ataque pela esquerda, gol do Fantasma. Eu não mereço. O empate serve. Vamos Atlético! Agora é o Rubro-Negro que me dá alegria. Aos 30, cobrança de falta, Foguinho cabeceia, o goleirão faz milagre, Guilherme cruza e Coutinho marca. O gol acalma, o time joga bem, Léo faz ótima partida pela direita, os cruzamentos acontecem, mas é o Operário que aos 44 e 45 perde gols feitos.

Estou confiante. A voz do vestiário vai se ouvir. A vulnerabilidade no nosso setor esquerdo defensivo vai se resolver, é hora do nosso segundo tempo matador. Infelizmente, a necessidade de ganhar, os dois bons momentos no final da fase parecem ter motivado o Fantasma doido para me assustar.

O Operário de postura defensiva no primeiro tempo e força no contragolpe sofre transformação radical. Vai ao ataque com tudo, o Atlético que tivera jogo sem oscilações contra o Alviverde cai de produção, é atacado, perde as segundas bolas, Santos salva, a trave salva, Léo salva, aos 17 a casa cai, gol do Fantasma. Cruz credo! Agora só o Coxa salva.

Será? O radinho diz que o Londrina está melhor, pressiona, estou vendo a viola em cacos quando aos dezenove, Rafinha – rubro-negro desde criancinha – vira o placar, quatro minutos depois Leandro Almeida marca e dá o título ao Furacãoooo! Eôôôô! Atléticôôô! Onde está a taça? Levaram para Ponta Grossa?

O jogo segue e o Atlético vai levando gols, o terceiro aos 32, aos 44, de pênalti o Operário fecha o placar, 4 a 1. O jogo acaba, os jogadores permanecem em campo esperando o apito final em Curitiba. Termina a partida no Couto, o presidente da Federação lamenta, o Londrina encerra bela campanha, os rubro-negros festejam em Ponta Grossa.  A taça estava lá.

Procurar as causas do placar desastroso é especular. É certo que o intervalo funcionou muito melhor para o Operário. Atacou desde o início, conseguiu o gol e se aproveitou da necessidade rubro-negra de tentar o empate. Assistindo com calma os gols da partida vejo falhas da defesa em todos eles, o primeiro idêntico a gol sofrido contra os coxas no primeiro turno. Impossível negar que todas essas falhas foram habilmente aproveitadas pelos jogadores do time da Princesa, afinal, o que nunca se pode esquecer é que o adversário joga.

Espero que o susto tremendo dado pelo Fantasma sirva para alguma coisa. O Prof. Berna vai dormir campeão, com a prancheta na mão. A empresa que tem pela frente é para Hércules nos seus melhores momentos. É possível? Claro que é. Está na Bíblia. É só procurar a história de um tal Davi, o menino que virou rei.

 

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