domingo, 21 de abril de 2013

MARCAR, ATACAR E VENCER

Estou assistindo o Jornal Nacional com a apresentadora e seu sotaque do meio oeste americano, chamando Boston de Bostan, e pensando nos Atletibas que assisti. Alguns nem assisti, apenas ouvi, o radinho só nos faz sofrer mais. Ver possibilita a análise, adivinhar o resultado, preparar-se para ele. No rádio tudo é lance de gol, a bola sempre passa raspando, você está nas mãos do locutor, é um sufoco sem fim.

Todo rubro-negro tem seus Atletibas inesquecíveis. O meu primeiro vivi atrás do alambrado da antiga Baixada, 1 a 0, gol de Ivan, picando estava um papel no momento do gol, picando fiquei até o minuto final, na minha cabeça de menino tinha que segurar o resultado na unha.

Nas ondas do rádio escutei um 4 a 3 em 1971, show de bola com Sicupira e  Nilson Borges, para muitos o maior Atletiba de todos os tempos. Ficava andando com o rádio de pilha, um verdadeiro tijolo, pelo longo corredor do alojamento militar, ouvindo o placar mudar, num momento perdido o jogo, noutro a virada, o resultado maravilhoso.

Um 3 a 1 em 1982, marcou minha memória como o clássico mais tranquilo que assisti, um passeio tremendo, Lino, Washington, Nivaldo, Assis, melhor só o 4 a 1 contra o Colorado no jogo final do campeonato, a taça ganha a goleadas.

O bicampeonato de 1983 com Joel matando o jogo logo em seu princípio, garantindo o título já quase assegurado na partida anterior, vencida também com gol do mesmo menino Joel, provou que para enfrentar o clássico desnecessária é a maioridade.

O vencido com gol de Oséias nos últimos minutos, aquele em que o artilheiro rubro-negro virou homem aranha, escalou o alambrado e eu quase fui junto, marcou pela ansiedade, pela torcida premiada com a explosão da Baixada.

O 4 a 1 na seletiva da Libertadores, que assisti na social dos coxas, ali entre os desesperados, fazendo coro com eles, reclamando do treinador, do juiz, saindo do campo rápido para festejar a vitória, foi experiência fantástica. O outro lado sofre tanto quanto nós, o que diferencia o torcedor é apenas a cor da camisa

O 1 a 0 com time reserva, gol de Evandro, quem não lembra do “Au! U! Au! Torcida do Nescau!” valeu pela zoação. Ganhar dos coxas com time reserva é prazer indescritível, se bem me lembro o jogo encaminhou o Alviverde para mais uma de suas participações na segunda divisão. Satisfação em dobro.

Cada um tem seus clássicos inesquecíveis, o amigo terá outros, que lhe tocaram profundamente o coração. A história dos Atletibas mostra que ganhar o clássico independe de idade, superioridade técnica, a presença do time titular em campo.

Clássico é superação, a vontade na frente, a cabeça feita para evitar as expulsões definitivamente danosas, a força da torcida empurrando na dificuldade. Os meninos que hoje representam anos de história rubro-negra têm que saber disso, ir à luta com garra, marcar, atacar e vencer.   

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