Todo rubro-negro tem
seus Atletibas inesquecíveis. O meu primeiro vivi atrás do alambrado da antiga
Baixada, 1 a 0, gol de Ivan, picando estava um papel no momento do gol, picando
fiquei até o minuto final, na minha cabeça de menino tinha que segurar o
resultado na unha.
Nas ondas do rádio
escutei um 4 a 3 em 1971, show de bola com Sicupira e Nilson Borges, para muitos o maior Atletiba de
todos os tempos. Ficava andando com o rádio de pilha, um verdadeiro tijolo,
pelo longo corredor do alojamento militar, ouvindo o placar mudar, num momento
perdido o jogo, noutro a virada, o resultado maravilhoso.
Um 3 a 1 em 1982, marcou
minha memória como o clássico mais tranquilo que assisti, um passeio tremendo,
Lino, Washington, Nivaldo, Assis, melhor só o 4 a 1 contra o Colorado no jogo
final do campeonato, a taça ganha a goleadas.
O bicampeonato de 1983
com Joel matando o jogo logo em seu princípio, garantindo o título já quase
assegurado na partida anterior, vencida também com gol do mesmo menino Joel,
provou que para enfrentar o clássico desnecessária é a maioridade.
O vencido com gol de
Oséias nos últimos minutos, aquele em que o artilheiro rubro-negro virou homem
aranha, escalou o alambrado e eu quase fui junto, marcou pela ansiedade, pela
torcida premiada com a explosão da Baixada.
O 4 a 1 na seletiva da
Libertadores, que assisti na social dos coxas, ali entre os desesperados, fazendo
coro com eles, reclamando do treinador, do juiz, saindo do campo rápido para festejar
a vitória, foi experiência fantástica. O outro lado sofre tanto quanto nós, o
que diferencia o torcedor é apenas a cor da camisa
O 1 a 0 com time
reserva, gol de Evandro, quem não lembra do “Au! U! Au! Torcida do Nescau!” valeu
pela zoação. Ganhar dos coxas com time reserva é prazer indescritível, se bem
me lembro o jogo encaminhou o Alviverde para mais uma de suas participações na
segunda divisão. Satisfação em dobro.
Cada um tem seus
clássicos inesquecíveis, o amigo terá outros, que lhe tocaram profundamente o
coração. A história dos Atletibas mostra que ganhar o clássico independe de
idade, superioridade técnica, a presença do time titular em campo.
Clássico é superação, a
vontade na frente, a cabeça feita para evitar as expulsões definitivamente
danosas, a força da torcida empurrando na dificuldade. Os meninos que hoje
representam anos de história rubro-negra têm que saber disso, ir à luta com
garra, marcar, atacar e vencer.
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