terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EM ÊXTASE

A FIFA dará hoje, ou quando lhe der na telha, seu veredicto sobre a Copa em Curitiba. Estamos sob pressão desde a última inspeção de Monsieur Jérôme Valcke, somos presença constante nos noticiários, colocada em dúvida nossa capacidade de concluir obra para a qual tivemos todo o tempo do mundo.

Ao final do ano passado, em viagem ao México, motorista de táxi, ao saber que eu vinha de Curitiba, desandou a falar sobre a capital ecológica, conhecia tudo sobre nossa cidade. Hoje sabe que a Copa corre o risco de não acontecer na admirada capital paranaense. O vexame é muito maior do que se imagina.

Não precisávamos ter nos embrenhado neste pântano de dúvidas, nos colocado perante o planeta como os incompetentes da Copa. O bem maior, a fuga da vergonha que hoje enfrentamos, deveriam ter orientado as ações de todos aqueles capazes de influir no andamento da obra. Não foi assim.

Os mentores do nosso projeto tripartite tomam bordunadas de todos os lados. O governador, o prefeito, o presidente rubro-negro estão nas cordas. São os responsáveis, de certa forma todos cometeram erros em algum momento do processo. A Arena inacabada é uma catedral ainda sem santos.

Em defesa desses protagonistas deve-se ressaltar que ninguém poderia imaginar a quantidade de coadjuvantes empenhados em dificultar o andamento da obra. Quem tinha uma caneta Mont Blanc, uma BIC roída por molares tensos, um carimbo seboso, trabalhou dia após dia para atrasar o processo construtivo. A inesgotável força do inimigo era impossível prever.

Como bem disse Sun Tzu, se você não conhece seu inimigo, pior, se você ouve seus conselhos, corre o risco da derrota. A união em final de campanha poderá evitar a catástrofe, os coadjuvantes ainda atiram, dão pareceres negativos, mas deixaram de ser ouvidos. Não é hora de dar ouvido às cobras.

A Copa vai acontecer em Curitiba, o curitibano pode acreditar. A festa estará aqui, nós merecemos, já estamos em penitência por nossos pecados, vamos gastar o rosário e aproveitar a quermesse.

O curitibano, que ama sua cidade, deve se preparar para atender bem os visitantes, mostrar a eles que temos uma cidade magnífica, que fomos vítimas de bandidos, mas, conseguimos dar a volta por cima. Ao final de tudo, as cobras rastejarão nas sombras e três novos santos subirão aos céus, aparentemente unidos, em êxtase.

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