quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

TIME DOS MENINOS

Jogo de Libertadores, histórico, heroico. Torcedor atleticano que chega aos 60 com o coração sem traumas, sem entupimentos terríveis, fibrilações constantes, extrassístoles intensas deveria ser alvo de estudos nos centros médicos mais avançados do mundo. É dono de genética superior. Um super-homem.

O Hino fez minha confiança descer uns mil metros do alto do Aconcágua. Sueliton estava lá onde eu queria, mas onde estava Mérida, Zezinho ia tocar solitário a criação atleticana? É muito para ele. Os três atacantes me deram um alento. Aos 18 minutos, Zezinho e Balbin, aos empurrões, foram expulsos pelo paraguaio do apito. Se já estava difícil, iria piorar.

O primeiro tempo foi igual, cartões amarelos distribuídos com fartura, o dez contra dez não facilita, as chances de gol poucas, o Atlético mais presente, o tempo passa e eu quero Mérida no meio de campo. Ficou para o segundo.

Com a saída de Coutinho, Mérida foi jogar na intermediária ofensiva, fazer o que chamam de um, e mostrou serviço. Acertou passes, foi forte no tranco, aos 15 bateu a falta na cabeça de Manoel para o primeiro gol. Estivemos na fase de grupos por segundos. Falta a favor do Sporting, bola atravessada na área, Ávila empata em impedimento claro. Olha as minhas fibrilações aparecendo.

Don Miguel vai colocando os meninos, Paulinho Dias por Mosquito, Sueliton por Nathan, é o tudo ou nada. Cleberson e Manoel vão jogar depois da linha do meio de campo, o Sporting perde mais um expulso, Mosquito e Nathan movimentam-se pelos lados, Natanael bem avançado, o Atlético fecha o cerco, parece desorganizado, mas em todo momento tem de 3 a 4 jogadores dentro da área. É assim mesmo. Vai dar.

Faltando 30 segundos, o Sporting tem lateral no ataque, o jogo acabou. Nem pensar. Lateral cobrado, Mosquito recupera, a bola chega em Mérida, daí a Nathan na direita, o menino não cruza, dribla, passa a Mosquito fora da área, o chute sai forte, o goleiro bate roupa, sobra para Mérida, de novo o chute forte, nova defesa, a bola se oferece para Nathan, o chute colocado, alguém desvia, Cleberson vai marcar, um santo estica o braço, é pênalti.

Ederson, o mortal Ederson, bate e é gol. Vamos para as penalidades. Em Lima, o torcedor peruano, que tocava El Condor Pasa com sua flauta irritante, tem um primeiro chilique.

Na quarta cobrança, Nathan perdeu, Deivid já tinha perdido uma. O Sporting tinha duas oportunidades para fazer o gol do passaporte. Weverton defendeu uma, Natanael marcou, a quinta peruana foi parar no rio Belém. Agora são minhas extrassístoles que incomodam. Na sétima cobrança Manoel colocou no canto, o andino bateu na trave. Passamos de fase. O peruano jogou a flauta pela janela, a família chamou el listo atendimiento.

O time foi corajoso o tempo todo, insistente, raçudo, mereceu vencer. A desorganização em final de jogo foi natural, não podia ser diferente. Vamos em frente, sem brigas, sem bate-bocas, sejamos superiores, unidos, vamos seguir o exemplo do time dos meninos.

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