As
estrelas invejosas pediram, garantiram o bom tempo e o teto-retrátil abriu-se
lentamente enquanto as pessoas arrumadas procuravam seus lugares, tagarelavam
antes do entrar da lenda. O céu ficou à mostra, um ar fresco penetrou a arena
magnífica, as guitarradas anunciaram a presença do roqueiro inglês e suas
canções trepidantes para os corações em chamas, lentas para os corações
sofridos, lindas para as lágrimas correrem livres, chorar sem perguntar por
quê?
Curitiba
finalmente se inclui no principal circuito de megashows internacionais,
torna-se o objetivo cultural de milhares de catarinenses, londrinenses,
maringaenses, cascavelenses e todos os “enses” do interior deste Paraná gigante,
gente que faz a alegria do comércio, enfeita a cidade, torna a “magnífica” polo
regional de cultura, de alegria, de encontro, de beleza, justifica cada centavo
colocado na sua construção carregada de invejas nascidas da ignorância que
enluta mentes menores desprovidas de mínima visão. Elas estavam lá ontem, “sailing”.
O
espetáculo me tocou profundamente. Pela grandiosidade do evento, o
profissionalismo exacerbado, as canções marcantes, mas num momento, num especial
momento, me vi ali menino, sentado naquelas arquibancadas de tijolos,
perseguindo o meu Furacão contra o Primavera, o Britânia, o Bloco, o Água Verde,
o Rio Branco, o Seleto, o Ferroviário, o Coritiba e acordei ao refrão de “It’s
a heartache” num ambiente tão inimaginável para aquele menino que não solucei
para evitar vexame perante as estrelas debruçadas na imensa estrutura metálica.
É meu Furacão querido, você faz artes com o meu coração, mas desde a minha mais
profunda meninice sempre soube, seria impossível deixar de te amar.
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