Sou
do tempo em que se passava grande parte do ano jogando o estadual. Então o
Atlético era grande, jogava para frente, era obrigação ganhar, mesmo que tenha
visto times sofríveis envergando a jaqueta rubro-negra. Como não atacar o
Bandeirantes? Do passado de ataque, de garra, herdei sequelas, jogando na arena
magnífica quero ver o time pressionando, fazendo gols, perdendo chances, o
goleiro adversário fazendo milagres.
O
Atlético que jogou e empatou contra o Joinville com dez nada tem a ver com
minha história de torcedor, com o espírito que entrei em campo. Foi um time
fraco, sem soluções, jogadores estagnados em suas posições, trocando bolas
lateralmente, alguns momentos de comédia pastelão, um drama, calma, nenhum
grande lance decisivo, apenas atleta catarinense levado às pressas para o
nosocômio mais próximo. Nosocômio é só para torturar ainda mais o amigo.
Foi
um jogo em que o Atlético esteve fora da área adversária quase os noventa
minutos, um chute de Marcos Guilherme logo aos dez e nada mais. O treinador que
elogia o nível do elenco foi fazer sua segunda substituição ao final da partida,
a meu ver equivocada, num jogo transversal em que o único jogador capaz de dar
um passe vertical era Hernández, o gringo foi sacado para a entrada de
Dellatorre. Por fim entrou Crysan para jogar de ponta direita, o último prego
no caixão.
O
Furacão com mobilidade ofensiva, jogadores trocando posições, infiltrando-se
pelo meio, que tinha me dado esperanças, voltou à estaca zero, regrediu em jogo
em que era obrigatório ganhar. O Joinville era o Bandeirantes. O treinador tem
que entender que na Arena o jogo tem que se resolver no primeiro tempo, a
pressão no ataque tem que acontecer a partir que a bola rola. Esse joguinho de
cerca Lourenço não valia nem lá em mil novecentos e vovó virgem. Irrita o
torcedor, desestimula, perde pontos. Para que serve?
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