Entrei
no táxi rumo ao túnel do tempo certo da derrota, quando ouvi a escalação do
rubro-negro me perguntei, “o que é que estou fazendo aqui?”, a derrota certa
era certeza absoluta. Missão é missão, lá fui eu no trânsito engarrafado, o
mundo atleticano lotando as calçadas, abandonei o laranjinha e garrei a andar a
pé, sentindo o fervo da torcida apaixonada.
Entrei
no estádio em pandarecos e fui subindo à procura de um lugar sentado. Mesmo nas
grimpas do treme-treme impossível. Fiquei balançando nas alturas, na minha
frente um cabeça de abóbora premiada me obrigando ao espiar à direita, à
esquerda na tentativa de ver alguma coisa.
Até
que vi, Deivid marca Douglas, o Atlético força pela direita com Marquinhos,
Roger avança Douglas para o ataque, libera-o da marcação, mais alguns minutos e
o barbudo está na cara de Weverton, gol tricolor. Não me lembro do Furacão ter
virado um jogo neste Brasileiro, penso que só conseguiu o empate contra o
Sport. Viola em cacos. Missão é missão. Vamos lá, estou no meio do espaço Fan,
o canto é forte, decidido, chego até a acreditar. Começa o segundo tempo, passam-se
segundos e gol da gauchada. Fecha-se o caixão.
O
Atlético modorrento prosseguia no seu costumeiro enxuga gelo quando Otávio
avançou, avançou, avançou e deu o gol para Ewandro. Dois a um. Daí o espaço Fan
pegou fogo e o time teve bons momentos de alguma ação ofensiva, restou pingo de
esperança até o apito final. Esses momentos me dão algum alento para o
Atletiba. Momentos de um Atlético condizente com o de tantos anos atrás, de
ataque, de luta, de entrega total. É concentrar ainda hoje, colocar os pés no
chão e entender que brincando de jogar não se vai a lugar nenhum. A bem da
verdade, o Atlético escapou da realidade, vive um sonho de fim de inverno,
perde e continua se achando a última bolacha do pacote, está brincando de
jogar.
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