Estava eu em estabelecimento de prestação de serviços, falando com um, o ouvido de super-herói atento a tudo, quando escuto um coxa se manifestando sobre o dia a dia do seu glorioso. De imediato, liguei meu radar anticoxa e fiquei todo ouvidos.
Indignado, o alfacinha destilava veneno de jararaca sobre alguém recém chegado ao clube, um carioca, segundo ele com vinte milhões na carteira, pronto a despejá-los no time do seu Virso. Primeiro ato do milionário, tentar colocar no vestiário coxa-branca jogador com sérios e irrecuperáveis problemas físicos, melhor dizendo, um joelho de vidro. O voto em contrário do departamento médico acarretou a demissão do pessoal de branco do Alto das Dificuldades.
Furibundo, quase um repolho roxo, seu alfacinha deplorava o afastamento de pessoal com longos anos de serviço prestados, o distanciamento do presidente entocado na Granja Comary, um que começou bem e vai muito mal, a intolerável presença do seu Roth, gaúcho tosco que nem bom-dia dá.
Fiquei ali com vontade de intervir na conversa, aprofundar o assunto, saber mais, e fiquei na vontade. Não me diz respeito. Conto porque a história caiu no meu colo e acreditei. Evitei adjetivos pesados e coloquei de lado a origem grana. O torcedor coxa deve dar nome aos bois, dar crédito ao relato, julgá-lo improcedente. Só não vire seus canhões contra mim, só contei o que ouvi, e avisei, fofoca é fofoca.
PS: O pé quebrado na história pode estar nos vinte milhões. Quem tem vinte milhões para colocar em futebol? Como vai recuperar? Faço as perguntas e me pergunto se não sou ingênuo demais.
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