terça-feira, 1 de julho de 2014

SÓ NÃO APROVEITA QUEM NÃO QUER

Realmente está é uma Copa de primeira e um dos principais motivos é a qualidade, a ousadia dos coadjuvantes. O Chile deu um calor imenso no Brasil, salvo pela santa trave que está no Mineirão, o México obrigou a Holanda a jogar intensos 95 minutos, a Nigéria fez o galo francês correr como nunca, a Argélia levou a Alemanha a passear na prorrogação.

E ninguém pense que os “pequenos” armam retrancas tremendas, passam o tempo de jogo internados na defesa. Nem pensar. Vão ao ataque, dominam, criam chances, fazem gols e, é claro, defendem-se com qualidade. Vão ao limite da ousadia, exigem dos leões da Copa sangue frio e tenacidade dignos de um Duro de Matar 5.

Os jogos que definharam em gols, a média extraordinária da fase de grupos caiu, passaram a magnetizar as torcidas pela luta incansável dos competidores, pelas chances perdidas, pelas defesas espetaculares, pelo fim do empenho somente determinado pelo apito final. Um espetáculo.

No aspecto tático, as fórmulas vão desde uma França com movimentos bem determinados, ocupações de espaço bem definidas, a uma Alemanha onde somente a primeira linha de quatro parece ter alguma preocupação com posicionamentos. Dali para frente é um frenesi, o volante aparece dentro da área, o meia vira ponta, o atacante sai para cruzar, uma barafunda bem acabada no perfeito chute a gol, consagradora dos goleiros adversários. Uma aula.

Os treinadores brasileiros tem que parar o que estiverem fazendo e assistir aos jogos com a caneta na mão, aprendendo, anotando novidades. Assumindo que o drible que desaprendemos ressuscitou nos pés de nigerianos, argelinos, colombianos, o passe que erramos de minuto a minuto é preciso em pés de estrangeiros de todos os quadrantes.

O mundo veio à Copa para devolver ao Brasil tudo que o país do futebol lhes mostrou ser possível em décadas passadas. Está nos dizendo, “por favor, volte  a nos encantar com sua arte”. Torço como lavadeira em riacho para que o Brasil seja campeão, e é possível que assim seja.

Se assim for, não podemos fazer vista grossa ao atraso tático e técnico do nosso futebol, temos que voltar às origens, ao drible, à tabelinha, ao lançamento perfeito, à matada de colar bola no peito. Os gringos estão dando aula de graça, a domicílio, só não aproveita quem não quer.

 

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