sexta-feira, 25 de julho de 2014

A ESCOLHA É DO FREGUÊS

A chuva impede minha caminhada e eu vou para a varanda fazer uma ginástica de velho, movimentos para cima, para baixo, para os lados, roda o pescoço, levanta os braços, tudo muito perigoso, capaz de pinçar um nervo qualquer, me deixar travado, trinta dias de molho com direito ao “eu não falei” diário e irritado da esposa. Levo comigo o radinho, ligo, e qual é o assunto? Dunga. O rabugento me cansou antes de começar.

O Brasil, que foi chamado de anão – olha a intenção – diplomático por um funcionário de Israel e ainda nos sacaneou com o 7 a 1 – o Barão do Rio Branco sumiu da Generoso Marques –, só voltará a ganhar Copa do Mundo quando a seleção for baseada em 3 a 4 clubes do futebol nacional.

Era assim antigamente. Santos, Botafogo, times em alta forneciam a base da seleção, somados uns supercraques, um gaúcho, tinha que ter um gaúcho, e o time estava pronto. O treinador assumia dando a escalação. Simples, era definir espaços e distribuir camisas.

Esse catado internacional, um polaco de cada colônia com quinze dias para treinar, jogadores avaliados pelo valor do contrato, só vai vingar no dia em que o rabugento testemunhar o príncipe beijar a Branca de Neve.

O jeito é fortalecer os clubes, alguns já imensamente fortes, quanto mais devem, mais gastam, há um crédito de milionário russo para alguns times nacionais. Quem não tem fôlego para essa ciranda distante de qualquer postulado da economia real tem que correr atrás de patrocínios, da associação maciça de torcedores.

Em recente pesquisa do site furacão.com, respondendo à pergunta se o atleticano pretendia se associar com o retorno do Atlético à Baixada, de um total de 2779 consultados, 1301 disseram que sim, 890 vão aguardar os resultados dentro do campo, 588 negaram a associação.

Os que vão esperar os resultados podiam pedir também um chope grátis, um pernil com verdinho, uma van para ir buscar em casa nos dias de jogos. Os que negaram podem achar caro, estar fora de suas possibilidades, nada a contestar.

Certo é que sem dinheiro, sem contratação. Sem contratação o resultado em campo fica difícil. Pode até acontecer em futebol em baixa como o nosso. Quando um mínimo de organização se implantar, o dinheiro vai falar mais alto. É escolher entre se associar e brigar por títulos, pagar TV a cabo e ver o cavalinho no final da fila. Simples. A escolha é do freguês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário