terça-feira, 8 de julho de 2014

IMPOSSÍVEL NÃO MUDAR

Em jogo para vivos, o Brasil entrou morto. Entrou morto, tomou um baile, vexame histórico. Por favor, coloquem as crianças para assistirem os canais infantis enquanto durar o rescaldo deste incêndio vexatório. Elas não merecem ver repetidas vezes o caos instalado no único segmento de brasilidade com algum respeito em âmbito mundial.

A goleada em ritmo de metralha é fruto do descaminho diretivo, técnico e tático que tomou conta do futebol nacional. Anos de Ricardo Teixeira, um meliante no comando da CBF, premiado com o exílio em Miami, substituído por múmias paralíticas do mesmo naipe, empenhadas na manutenção de privilégios, afastadas de qualquer vínculo com a modernidade, empurraram nosso futebol para o abismo.

Treinadores desprezados pelo mundo, incompetentes, atrasados em conceitos e práticas, incapazes de bem estudar seus adversários, inábeis no conhecer de seus próprios convocados, arrogantes em suas filosofias, a da família acabou de falecer, já nos faziam morrer de vergonha contra Mazembe, Raja Casablanca, Barcelona, toda essa classe de marajás sem qualquer preparo foi atropelada pelo Joachim tira-meleca, não fosse tristíssimo, seria de dar cambalhotas de tanto rir.

Um crédito especial deve ser dado ao pessoal da formação, incapaz de produzir alguém que saiba dar um drible, fazer um passe de dez metros, finalizar com precisão. Alguém vai dizer que os alemães tiveram sorte, tudo que chutaram foi no gol. Não é sorte, é preparo, é formação eficiente, dedicada aos fundamentos, ao plano tático, ao trabalho duro, disciplinado, sem pandeiros nem cuícas, fez pipi fora do penico está fora.

O pior Brasil que vi jogar em Copas do Mundo caiu de podre em seis minutos. O desastre vai nos levar a melhor caminho, ao fim desta desgraceira toda? Claro que não. A engrenagem está montada para assimilar os piores golpes, os interesses se sobrepõem a tudo, é assim em todos os âmbitos da vida nacional, porque seria diferente no futebol?

Morro de rir quando em documentário sobre a seleção de 70 nossa mídia canalha introduz os eternos minutos sobre os anos de chumbo. Se não fossem os militares colocarem ordem naquela meleca depois da desgraça de 66 não teríamos vivido ali nossa maior conquista. O Brasil está todo errado, o futebol é apenas seu reflexo mais evidente. Todo mundo sabe, alguma coisa vai ter que ser feita, vai ter que mudar, impossível não mudar.

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