sexta-feira, 6 de setembro de 2013

COMO TEM QUE SER

Semana passada, fiz um brincadeira de três linhas com a torcida coxa. O texto tinha umas trinta. Falei que a obra da Mauá era conduzida pela Companhia do Tijolo, financiada pelo Programa Meu Degrau Minha Vida. Por quê? Virei juiz de futebol, tomei cassete de todos os lados, atacaram-me aos palavrões.

É compreensível. O brasileiro perde em todos os fronts. Perde para os ladrões, para os corruptos, para os políticos, quase a mesma coisa, perde seu carro e vê a polícia compactuando com donos de desmanches, quando alguém o ataca e ele tem alguma chance de revidar, extravasa todas as suas neuroses.

Perdemos o bom humor, nos achamos alegres e somos tristes, nos achamos espertos e somos enganados todos os dias.

Eu não desisto de entender o futebol como instância para zoar e ser zoado. Creio que afastar-se do bom humor é decretar o fim do torcedor comum, cair na ideia do politicamente correto, nada mais que uma chatice sem tamanho.

Por isso, tirei a tarde para perturbar os coirmãos, a começar pelos coxas, ontem mais uma vez derrotados.

As flores do campo não precisam se apoquentar com a derrota para o Botafogo. Ela é mais que natural. O fogo é a principal maneira de se por fim às abelhas que exageram nos seus favos, alçam voos distantes demais. Qualquer bombeiro sabe disso. Jogando com o Botafogo, o resultado era inevitável, ainda mais que uma centelha resolveu bailar no centro da colméia e atacar de frente a abelha rainha totalmente indefesa.  

A diminuição em nível mundial das abelhas coloca em risco nossas colheitas, coloca em risco a humanidade. Assim, vejo com bons olhos a proliferação de abelhas no Alto da Glória, principalmente as crianças, tão bonitinhas com suas barriguinhas coloridas em amarelo e preto, sem, entretanto, entender o que essas cores têm a ver com o alviverde outroramente líder do Brasileirão.

Se o Coxa cai, a Gralha sobe, dá goleadas, sabe da existência de um Furacão sobre a Vila e aproveita os ventos fortes para alimentar seu voo para a primeira divisão. O querido amigo matemático, torcedor do Paranito, que antigamente usava um ábaco para calcular os pontos do time do seu coração, agora gasta os neurônios usando integrais, derivadas, aprofundou-se na lei das probabilidades para prever a classificação do seu Paraná. Eu antecipo, vai dar.

Só para atualizar o conhecimento dos amigos, o meu pipoqueiro paranista já comprou a cadeira na Arena da Baixada para o seu neto querido, um avô e tanto. De vez em quando, o meu porteiro coxa me pede um smart emprestado para sua querida filha ver o Furacão na ponta da competição. É claro que eu empresto.

Esse movimento de abelhas e gralhas para o centro do Furacão é da natureza humana, elas querem o melhor e o melhor está ali na Buenos Aires, crescendo a cada dia, transformando-se na maior centro de eventos da capital paranaense. É bom a gente conviver com alegria. Daqui a um ano, um baita show na arena e lá estarão rubro-negros e coirmãos unidos na maior festa. Como tem que ser.

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