sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PASSAMOS FOGO NELA

O Mengão saiu na frente, a torcida cantou, cantou, o Atlético virou, virou, a urubuzada xingou, xingou, foi para casa com as penas em estado deplorável, louca por uma chapinha progressiva com bastante formol que dê jeito no estrago produzido pelo Furacão. Treinador que é bom vai demorar um pouco para achar, não vai ser fácil substituir seu Mano. Acho que o Fla não devia aceitar a demissão do gaúcho, ele é ótimo de série B.

O Furacão deu mole para a velocidade do Urubu, tomou um sufoco no início, levou dois e andou para levar mais. O Atlético não jogava mal, chegava no ataque, mas o Mengo em início de jogo estava com a macaca, rápido, vertical, sequer dava tempo para a recomposição atleticana, era sempre um contra um, o lance ou acabava na defesa de Weverton ou raspava as traves.

Então vem o gol de Fran Mérida. Marcelo entra pela esquerda, cruza e a cria do Barcelona marca na sua primeira partida no Maraca. Dezenove minutos, o jogo acalma, ainda é aberto, o Fla continua a ter chances, mas o Furacão equilibra, vai para o intervalo e eu estou com fé na virada.

Comecei a mil e esqueci de falar na escalação do seu Vavá. Se eu estava vendo fantasma com barulho na folha, quase caí da poltrona. Fran Mérida no lugar de Paulo Baier, seu Vavá definitivamente resolveu ir ao ataque. A la chasse. Os gols do Fla me fizeram colocar as barbas de molho, pedi o ataque e já estava me sentindo culpado.

Abre o segundo tempo e Dellatorre entra no lugar de Bruno Silva. O volante estava mesmo numa noite ruim, eu o tiraria, mas, é óbvio, entraria com Deivid. A entrada de Dellatorre é quase uma intoxicação ofensiva, é a mesma coisa que você ir a Santa Felicidade e a bandeja de lasanha na manteiga, que passa de hora em hora, passar de minuto em minuto. È bom demais.

A primeira linha guarda a posição, João Paulo fica na frente da zaga e temos cinco atacantes para depenar a ave. Aí vira tiroteio. Dellatorre aos oito com belo passe de Éverton, Marcelo aos trinta e dois, com assistência perfeita de Roger, e Roger aos trinta e seis, aproveitando-se do apagão carioca, constroem o placar.

O Furacão que nunca ganhara do Fla no Maraca velho, começou vida nova com goleada, aproveitou-se da estrutura revigorada e deu uma estilingada poderosa no jamais vencido. Fim de tabu, inesquecível.

Quem jogou muito? Todo o Atlético. Destaques? Weverton, João Paulo, Everton, Marcelo e Roger. Menção honrosa? Moracy Santana. O Atlético atropelou fisicamente o Flamengo no segundo tempo. Troféu A La Chasse para Vagner Mancini, foi muito além do esperado. Armou um time para vencer, tomou um sustaço e manteve a prevalência ofensiva. Seria fácil correr para a defesa. Não foi. Venceu.

Esse é o Atlético que pode ir longe, conquistar a vaga na Libertadores, fazer a Arena magnífica estremecer logo em seu primeiro ano com o torneio internacional. A partir de agora a batalha é psicológica, campo em que o Furacão tem notável experiência de combate, o ano de 2012 foi todo pressão até o último minuto. Estamos no nosso ambiente. Vamos à luta Furacão, está aberta a temporada de caça. Se a raposa tropeçar, passamos fogo nela.

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