O jogo começou com o
Uruguai andando em campo, fazendo o tempo passar, marcando forte e o Brasil
varonil errando passes. Se você erra passes, entrega a bola ao inimigo, vive
com ele às portas do seu castelo. O escanteio, a bola nem havia chegado na área
e David Luiz já estava agarrado na camisa do Lugano. Logo de quem. Com que cara
você vai contar em casa David Luiz? A defesa espetacular de Júlio Cesar tirou
dois pianos das costas do cabeludo.
O Brasil não conseguiu
impor seu jogo, criar situações de gol, forçar o Uruguai a jogar
defensivamente. Se pouco era incomodado na defesa, um chute de longe de Oscar e
uma entrada na diagonal de Hulk foram as poucas ações ofensivas a entusiasmar
os mineiros até os 35 minutos.
A partir daí,
incomodamos pouco mais. Dois escanteios e três cruzamentos vindos da esquerda,
Marcelo e Oscar passaram a forçar pelo lado, foram os primeiros resultados da
pequena pressão coroada aos 41 com o lançamento longo de Paulinho. Neymar matou
com rara habilidade, tentou o desvio, Muslera deu rebote e Fred marcou. Ótimo
ir para o segundo tempo com a vantagem.
O lance lembra gols de
70. O lançamento longo de Gerson para Pelé entrando nas costas do zagueiro pela
direita, a matada perfeita, o gol ou o passe para Jairzinho entrando na segunda
trave.
A vantagem foi de curto
prazo. Aos 2, Thiago Silva passou a Cavani, gol do Uruguai. É falha repetida.
Marcelo já fizera gracinha contra o México que quase redundou em gol. Agora foi
o seu Thiago. Tremenda confusão, hora de mandar a pelota passear no mato,
resolve dar um passe atravessando a área. Tem jogador no Brasil que se jogasse
o que imagina deixava o Messi no chinelo. O Felipão tem que dar umas chineladas
nesses craques.
Voltamos às
dificuldades, aos erros de passes. Fiquei me perguntando por que erramos tantos
passes? Arrumei uma teoria a respeito. Na Espanha, os jogadores se oferecem
para receber a bola, movimentam-se, o passe é sempre curto, rasteiro, bola
gosta de comer grama. No Brasil, os jogadores pouco se movimentam, os passes
invariavelmente são altos, quando não uma rosca de arrepiar os cabelos do peito
do receptor. Fica muito mais difícil.
Bernard entra no lugar
de Hulk, o super-herói não foi bem na partida, Hernanes substitui Oscar. A
entrada de Hernanes coloca em campo jogador que sabe atuar centralizado no
ataque e fazer a bola comer grama, rolar rasteirinha, chegar aos pés dos
atacantes em boas condições de aproveitamento.
Marcelo foi jogar no
ataque, Bernard colocou velocidade no jogo, o Uruguai resolveu levar a partida
para a prorrogação, recuou e o Brasil ganhou permanência no ataque. Aos 40,
Neymar cobrou o escanteio e Paulinho marcou de cabeça. Com Neymar não tem
escanteio maluco, a bola vai sempre no mesmo lugar. A dupla matou o jogo, foi
responsável pelos gols que nos levaram à final.
O Felipão, que de tão
feliz deu folga para a rapaziada, deve estar com uma dúvida na cabeça. Oscar ou
Hernanes? Se o menino do Chelsea não resolver jogar, mostrar serviço, vai
perder o lugar.
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