quarta-feira, 26 de junho de 2013

TRÊS A UM NO BOLÃO

O bolão acumulado na portaria me chama a atenção. Ninguém acertou o 4 a 2 contra a Itália. Era difícil mesmo. Eu imaginava jogo duro, seu Felipão com o regulamento embaixo do braço, um bom zero a zero suficiente. O desenrolar da partida, a tradição das duas equipes, a necessidade de vencer da Azurra levou ao placar elástico, bonito, inesquecível.

O técnico italiano reclamou do cansaço, os jogadores em final de temporada, os brasileiros treinando há mais tempo, mais acostumados com os rigores do clima.

Volto para a final de setenta com as mesmas condições. O Brasil plenamente adaptado à altitude mexicana, quem sabe o período mais longo de treinamento de equipe brasileira para uma Copa do Mundo, a Itália exaurida após a extenuante semifinal contra a Alemanha decidida na prorrogação. Resultado, 4 a 1, com direito a festa apoteótica do povo mexicano.

Na sua chave, a Canarinho enfrentou o nosso adversário de hoje, o Uruguai, com todas as ameaças de Maracanaço, lugar comum após a derrota de 50 no velho Maraca. Um susto no começo do jogo, absurdo erro na saída de bola e Cubilla marca em chute cruzado.

A calma só voltou a reinar no último minuto do primeiro tempo. Clodoaldo recebe depois da linha do meio campo, toca a Tostão pela ponta esquerda, recebe no meio da área e empata a partida. Em time pleno de supercraques no ataque, quem resolveu o problema foi o volante. Jairzinho e Rivelino fecharam o placar, um 3 a 1 clássico.

Quem gosta de comparar, não é o meu caso, pode dizer que Paulinho é hoje o Clodoaldo de 70. Paulinho vai jogar a semifinal, outra vez contra o Uruguai.

O time do Zagalo era melhor e mais maduro que o do seu Felipe, e tinha Pelé, segundo todos os mexicanos com quem conversei, de taxistas a head hunters, muito melhor que Maradona, só nós brasileiros temos dúvida a respeito. Faz parte da nossa cultura.

O técnico da celeste olímpica diz que o Brasil ainda não enfrentou ataque com a qualidade do seu trio de atacantes. Lugano, quem diria, reclama do elevado número de faltas cometidas pelo Brasil, ironiza o cai-cai de Neymar. O clima do jogo está estabelecido.  

Eu acho que dá Brasil, com os naturais sustos de partida de campeões do mundo. Olho aquele bolo de dinheiro acumulado nas mãos do meu porteiro coxa e fico imaginando o placar. Vou dar um crédito ao técnico uruguaio, deixar seu time fazer um golzinho. Vou acreditar em Neymar, na inspiração de Fred, uma morena de cair o queixo para quem ele manda corações apaixonados, e botar fé em balaço de Hulk que ainda está na falta. Pronto, é três a um no bolão.

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