terça-feira, 25 de junho de 2013

NAMORAR COM O PERIGO

Chego do México e encontro a Avenida das Torres em estado lastimável, a obra da ponte estaiada ainda em princípios, a cada 500 metros desvios, cones, perigos para o motorista. Lembro que na cidade do México foi construído um viaduto de 17 quilômetros – o periférico – em pouco mais de um ano, obra antiterremoto, cruzando o centro de cidade com 20 milhões de habitantes.

Então me pego a pensar, quando se vai a Madrid, Nova York, Londres, Paris e se observam as grandes diferenças com as nossas cidades, tudo bem, mas quando se vai ao México e nos deparamos com tamanho desnível entende-se o porquê das manifestações nas ruas brasileiras. Não dá mais para aguentar tamanha incompetência.

Deixo a terra dos maias tendo visto Brasil e Itália por meio de um site pirata, a imagem intermitente, o jogo coincidente com México e Japão não foi transmitido pela cablevision. Da maneira que assisti impossível qualquer análise, apenas elogiar o placar clássico, digno do clássico que é o jogo entre as equipes mais vencedoras do mundo.

Revendo os gols, fica clara a bela atuação de Fred, duas finalizações nas redes da Azurra e o cabeceio que deu origem ao gol de Dante, a ótima atuação de Marcelo no ataque, a afirmação de Neymar com o decisivo gol de falta. Em conversa dias antes com mexicano adorador do futebol brasileiro percebi sua descrença sobre Neymar e lhe assegurei que o brasileiro é craque, sabe tudo, vai explodir no Barça. Estou certo disso.

Volto ao site do Atlético e vejo que o Furacão perdeu para o Jotinha, usou um punhado de reservas no jogo-treino, testou jogadores, algo totalmente desnecessário. O time titular tinha que jogar, vencer bem, ganhar corpo para o jogo com o Grêmio.

O mais assustador é o posicionamento de Everton na lateral-esquerda – creio estar falando do meia Everton, se for outro me perdoem –, o que mostra que  entramos na fase da invenção, perigo maior que os cones da Avenida das Torres.

Sobre a pelada Nhô Drub declarou: "Hoje, particularmente, o objetivo foi de observar jogadores, aqueles que não estão tendo a oportunidade de jogar. Neste aspecto foi muito importante". Nhô Drub consegue tirar vantagem de todas as desgraças, todos os jogos-treinos que realizamos no ano, a grande maioria perdemos, foram de grande proveito. Fizemos cinco pontos em quinze no Brasileiro.

Vejo que as contratações que eu queria não aconteceram. Desço e encontro meu porteiro coxa, conversamos sobre futebol e ele me assegura: “Seu Ivan, se o Atlético não for bem contra o Grêmio e perder para o coxa no Alto da Glória, quero ver se eles não contratam”. A conclusão é óbvia. A possibilidade de acontecer grande. Saio para caminhar com a ideia na cabeça, sem conseguir entender a paixão que o meu Atlético tem por namorar com o perigo.

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