sábado, 15 de junho de 2013

MANÉ GARRINCHA

Queria mais liberdade para Neymar, vê-lo incomodando pelo meio e aos três minutos o menino do Barça recebe o passe de peito de Fred na frente da área. Um balaço indefensável. Um a zero Brasil varonil, passo a bater a 62 por minuto. Agora é a vez da defesa cumprir seu papel.
Os samurais não se intimidam, vão ao ataque, pressionam, assustam e vão tomando sustos. Chutes de fora obrigam Julio Cesar a defesas importantes. A bola deve ser nervosa como a Jabulani, o goleirão não conseguiu o encaixe perfeito em nenhuma das catadas, sempre houve um segundo lance. Foi ótimo, quando a defesa vacilou, resolveu o problema.

O Brasil ataca, Hulk cruza pela direita, alguém desvia, o goleiro salva; dá uma patada do meio da rua, me faz gritar gol, a bola se choca na rede pelo lado de fora. Fred livra-se da marcação, bate rasteiro e o goleirão faz excelente defesa. Andamos perto do segundo gol.

A Canarinho fez um primeiro tempo seguro, sem erros defensivos. O amigo sabe que tenho meus problemas com volantes, mas fiquei bem impressionado com o futebol do alemãozinho Luiz Gustavo. Firme, poucas faltas, cabeça erguida, uma segurança.

Paulinho andou tendo problemas com a velocidade japonesa, se ajustou ao ritmo e chegou ao final do primeiro tempo em bom nível. Marcelo foi muito à frente, fez o lançamento para o primeiro gol, não deixou furos na defesa. Sério ajuda muito.

O que vi de diferente? Oscar atuando muito pelos lados do campo, arrumando espaço para jogar, ajudando os ponteiros. Interessante, gostei.

O segundo tempo começa, o cruzamento de Daniel Alves encontra Paulinho dentro da área, o chute forte, dois a zero. A capacidade que Paulinho tem de estar dentro da área em todas as jogadas de ataque é impressionante, fôlego e finalização elogiáveis.

O jogo acabou. O tempo passa, o Japão cansa, outra boa defesa de Julio Cesar pôe fim à obstinação do pessoal do sol nascente, justamente na hora do lindo poente candango, uma das poucas coisas verdadeiramente lindas da cidade do seu Juscelino.

Felipão tira Neymar, coloca Lucas, substitui Hulk por Hernanes, Fred por Jô. Olha o velho 4-3-3 em campo. Lucas vai para a direita, Jô fica centralizado, Oscar vira ponta esquerda. Hernanes junta-se a Pauinho e Luiz Gustavo.

Só falta o gol para eu acertar o meu três a zero. Contra-ataque, Oscar avança, o marcador recuando de costas mais parece uma pipa sem rabo, o passe sai perfeito para Jô entrando pelo meio, olha eu rindo de orelha a orelha. Cravei. A bola sai, o juiz apita o final do jogo.

O Japão que já está classificado para a Copa do Mundo, tem quatorze jogadores na Europa, um dos craques do Manchester, espernou como peru em véspera de Natal e tomou um taco.

Pode não ter sido maravilhoso, um primor de partida, mas vencemos com sobra na tal estreia que é sempre difícil. Quem como eu deve estar rindo de orelha a orelha é o craque das pernas tortas, o nome do campo, com todo o merecimento, o senhor Mané Garrincha.



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