quinta-feira, 6 de outubro de 2011

COM O DELEGADO E NÃO ABRO

Os treinamentos do Atlético na terça-feira se dividiram entre a prática de finalização para atacantes, armadores e laterais, e posicionamento defensivo para volantes e zagueiros. Ontem, em campo reduzido, os jogadores priorizaram a marcação forte e a posse de bola.
Como se observa, prioridade para a marcação. O amigo vai discordar, dizer que a preferência deveria ser o ataque, o treinamento de jogadas que levem ao gol tão necessário para a vitória. Eu fico pensativo, uma estátua de Rodin em carne e osso.
Volto ao jogo contra o Internacional, aos quinze primeiros minutos do segundo tempo. Não tomamos gol por milagre. Desculpem amigos, tomamos, tivemos a sorte do auxiliar estar nos braços de Morfeu no momento do lançamento de Ricardo Goulart para Jô e anular a ação. O jogo poderia ter acabado ali.
Ao buscar o ataque, ao perder Renan Foguinho, o Atlético se desorganizou defensivamente. Nossa segunda linha de contenção ficou formada por Santana, Fransérgio e Baier, todos com baixo poder de marcação. Oscar, Ricardo Goulart e D’Alessandro passaram a jogar livres, ter liberdade para criar, armar jogadas que por pouco não terminaram no fundo das redes. Vejamos.
Em escanteio para o Rubro-Negro, os zagueiros foram para a área colorada, o rebote caiu nos pés de D’Alessandro livre, cinco passos com a bola, o lançamento para Oscar marcado à distância, o passe de primeira para Ricardo Goulart mandar a bomba muito bem defendida por Renan Rocha. Impossível em lance como esse, D’Alessandro, o puxador de contra-ataque do Inter, posicionado na frente da área justo para isso, estar sem qualquer marcação.
Bola na intermediária, Ricardo Goulart recebe, passa entre Baier e Fransérgio, o volante evita fazer a falta, Goulart passa a Jô que entra área adentro e marca. O bendito gol anulado. Fransérgio pode ser até atacante, como queria Renato Gaúcho, pode ser o armador que o Atlético precisa, mas volante que evita fazer falta no meia que parte livre para cima dos zagueiros é risco para a equipe.
D’Alessandro livre pela direita, o dono do time gaúcho, um atirador de elite no lançamento, tem todo o espaço para cruzar no segundo pau. Oscar erra a finalização.
D’Alessandro pela direita, se aproxima de Marcelo Oliveira, dá-lhe um la boba em cima da linha de fundo e entra sobranceiro dentro da área, a cobertura a quilômetros de distância. 
Senhores, o velho delegado está certo, temos que marcar melhor, com aproximação, espaço mínimo para os principais armadores adversários. Se o Edinho do Fluminense, com dez anos de serviço, correu atrás do Neymar o jogo todo contra o Santos, por que nós temos que deixar os adversários livres como o Bibinho. Por acaso eles têm alguma liminar que lhes dê total direito à liberdade para jogar? Não vamos mais ter tanta sorte assim.
O amigo vai dizer: “É, pode ser, mas temos que atacar”. Perfeito.
Daí o treino de finalização. Don Nieto não pode perder os gols que perdeu, até pode se já tiver feito uns três de cabeça. Temos que explorar melhor algo que pode ter passado despercebido para muitos. A boa atuação de Nieto como pivô. Tivéssemos alguém mais próximo do argentino, pronto a receber seus passes e partir para o gol, no mínimo teríamos criado um número maior de chances. Esta a grande necessidade, criar chances.
Assim, após esse flashback de dar calafrios, olho para a telinha e fecho o texto. Estou com o delegado e não abro.

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