segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TAINHA RECHEADA

A figura de Petraglia de camisa cor de rosa na arquibancada do caranguejão me trouxe à memória a primeira vez que vi o presidente no mirante para as obras da construção da Arena, simpático, sorridente, junto ao povo rubro-negro, um povo encantado com ele, com seu sonho, o sonho de todos, pouco depois transformado em realidade.
Então, as conquistas, o pombal, as dificuldades, o afastamento, a volta.
Parabéns presidente por voltar ao seu lugar. O lugar do verdadeiro comandante é ao lado dos seus soldados. O soldado é filho do sol inclemente, da chuva tormentosa, habitante do pior dos infernos. Ele espera vê-lo passar carismático, impulsionando-o à luta. Seja bem-vindo presidente.
Seja bem-vindo rubro-negro do meu coração, com suas vitórias duras, com seus meninos magníficos, com seu técnico corajoso.
O Atlético em Paranaguá, cidade pela qual tenho imenso carinho, terra dos meus ancestrais – não existe bolinho de camarão ou tainha recheada melhores que os feitos por querida prima ainda lá moradora –, foi time valoroso, voltado para o ataque, onde criou inúmeras chances de gol e fez dois, um de Bruno Furlan, saído deste baú de promessas de onde não param de saltar meninos de ouro.
Estar no meu coração não impede que imagine uma Paranaguá com ruas mais limpas, sem o exagero de placas de propaganda que enfeiam a estradinha, paredes pintadas substituindo o reboco carcomido pelo tempo.
Nem que identifique problemas no meu Atlético.
Alguns, fruto da ansiedade. O zagueiro recupera a bola com grande liberdade e dá um sacode sem direção para frente. A bola vem alta e o defensor cabeceia sem tentar entregá-la ao parceiro. Por quê? Calma. Passa a bola para o companheiro.
Outros por deficiência tática e técnica. Se o goleiro não soca no escanteio, a defesa corre riscos. O lado esquerdo sofre. Temos que trabalhar forte o jogo aéreo defensivo e contratar. Na defesa não se improvisa. Depois de 2010, o setor só perdeu jogadores.
O ataque tende a se acertar, Don Juan testa e decide com acerto. Deivid está aparecendo no ataque, por certo incentivado pelo castelhano. O mesmo com Furlan. O time está ganhando corpo. Com a sucessão de jogos o entrosamento vai crescer e as múltiplas oportunidades criadas serão transformadas em gol.
Os jogadores estão solidários, o imperador juntou-se ao povo, estamos frente a um novo Atlético. Ainda falta muito, mas os coxas já perceberam que não podem perder pontos, estão obrigados a ganhar. As facilidades acabaram.
Com os pés no chão, começo a ter um otimismo realista. Agora só falta alguém me dizer que o Petraglia come tainha recheada.


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