quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

VOLTOU A SER MORTAL

O quatro a zero contra o Toledo foi placar enganoso. O Atlético teve muita dificuldade para abrir o placar e andou para sofrer o empate, e arrumar um problema maiúsculo, quando a bola bem defendida por Rodolfo escapou e ia fagueira na direção do gol. O goleirinho foi rápido e agarrou a penosa pelo rabo.
Pesado, o Furacão teve muitas dificuldades. Furlan, após quase ter aberto o placar, ficou muito isolado na ponta, com pouca movimentação, e o setor não andou. Ricardinho pela esquerda tem se preocupado demais com a marcação e é pouco visto no ataque. Sobrou para a jogada de pivô com Mineiro. Aí faltou entrosamento.
O Atlético dá a impressão de ter passado direto a jogar um toque sem passar pelos dois toques que fazem parte do manual de treinamento. Um degrau de cada vez, do fácil para o difícil. Dessa forma, os últimos passes são dados de primeira, quase sempre imprecisos. Resumo da ópera: chegar dentro da área ficou difícil e vivemos de chutes de fora, dois de Harrison e um de Mineiro. Aliás, bater faltas é com o Harrison.
Era esse o quadro quando Furlan, já pronto para ser substituído por Marcelo, entrou pelo meio e deu belo passe enfiado para Deivid marcar. O menino estava merecendo. Sua presença no ataque é cada vez mais constante, um ir e vir de cansar maratonista. O gol foi prêmio a tamanho empenho.
O Toledo foi time bravo, atacou, tentou o empate e chegou bem perto. Na minha opinião, encarou o Atlético, deu trabalho à defesa de Manoel, um leão de tranças. Perdeu o ânimo com o segundo gol rubro-negro.
Marcelo fez bela jogada pela direita, Mineiro puxou o zagueiro e o passe saiu perfeito para Ligüera livre na entrada da área. O castelhano bateu consciente, rasteiro, no canto. Um belo gol de estreia. Amigos, eram vinte e sete do segundo tempo. Eu já estava com aquele mau pressentimento.
Gostei de Ligüera. Gosto de jogador que pede a bola, jogador que gosta da bola. Ligüera se oferece para o jogo. Tive ótima impressão inicial do gringo.
Então o jogo virou festa. Aos trinta, Mineiro escorou de peito para Marcelo que mandou uma bala para a rede. Importante observar a participação de Mineiro. Não marcou, tentou um por cobertura, perdeu outro livre, mas cooperou nos dois gols que decidiram a partida.
Para colocar a cereja no bolo, Ligüera cobrou o escanteio, Pablo cabeceou, o goleiro deu rebote e Manoel marcou. Outro que recebeu em forma de gol o prêmio pela bela participação.
Gostaria de ver Ricardinho mais atacante, mais explorado pela esquerda. Entendo que há um acordo entre ele e Héracles, o alemãozinho subiu muito, mas gostaria de vê-lo indo para cima do lateral, como um verdadeiro ponta.
O jogo foi difícil e ganho pelas substituições. Parabéns Don Juan.
De tudo que vi até agora, a minha maior surpresa é a atuação de Pablo na lateral direita. Bom marcador, rápido na recuperação, competente no ataque, uma ótima possibilidade na bola aérea ofensiva e defensiva. Se Pablo foi inventado na lateral, a invenção foi absoluto sucesso.
Melhor surpresa tive ao encontrar com o meu porteiro coxa pela manhã. Com um sorrisinho tímido me informou do empate do glorioso, melhor, confessou que sua senhoria deu uma baita ajuda aos verdes. Segundo ele, dois pênaltis não marcados.
O coxa saiu do Olimpo, perdeu a divindade. Mesmo que continue bafejado pelos deuses, voltou a ser mortal.

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