segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O QUE EU POSSO QUERER MAIS?

O presidente do coxa levou  o jogador Lincoln até o hotel, conversou muito com o vaiado pela torcida, consolou o desconsolado e foi para casa, só no seu carro, morrendo de tristeza. Me deu uma dó. Qual a razão do padecimento do presidente verde, qual a razão das lamúrias de todos os presidentes verdes? Mais do que óbvio, o Furacão campeão. Quem mandou escolher mal.

Ele que vá se acostumando. A golfinhada já está em curva descendente, no final do ano estaremos trocando posições com o time do alto de todas as mágoas. Apronta a polícia. Lá vem encrenca.

Problema deles. O nosso barco vai de vento em popa, campeão do turno, com um time de meninos, o custo muito baixo, proporcionando a disponibilidade de recursos necessária para as indispensáveis contratações que darão ainda mais corpo ao grupo.

O Atlético utilizou um número restrito de jogadores nesta primeira fase. Pouco mais de 20. No esquema de Don Juan, algumas posições parecem ter reserva assegurado. É o caso de Harrison e Ligüera, Marcelo e Bruno Furlan, Foguinho e qualquer dos volantes, Bruno Teixeira ou Deivid. Outras precisam de caras novas.

Don Juan substituiu Manoel por Foguinho, claramente uma improvisação. O “lateral” Pablo por Bruno Costa, nada a ver. Marcinho substituiu o atropelado Bruno Mineiro, características muito diferentes. Por coincidência, quando esse conjunto de trocas aconteceu, perdemos para o Arapongas. No futebol as coisas não acontecem por acaso.

Tá na hora de abrir a carteira, trazer reposições de imediato, jogadores com alguma rodagem, capazes de sentar no banco e, em caso de necessidade, entrar sem comprometer, agregando maior qualidade ao time. Contratações como a de Leo entram no arquivo do “vai ver dá certo”, já esgotado com o pessoal da base.

Don Juan conseguiu montar um time ofensivo em que ninguém acreditava. Em pouco tempo fez funcionar esquema audacioso, assimilado de pronto por jogadores e torcida, tanto é que hoje julgamos suas substituições equivocadas, tal é a certeza que ele próprio nos impôs de quem deve substituir quem. Quando ele nos dá uma caneta tática, ficamos envaretados. A crônica centenária estrebucha.

Na realidade, a única substituição feita que não deu resultado foi a saída de meia pela entrada de volante no intervalo do jogo contra o Cianorte. O time perdeu o espírito e cedeu o empate. Enquanto foi enfiando atacantes, trocando jogadores de características semelhantes, os resultados aconteceram. A teoria é simples. No Paranaense, o Atlético não tem adversários. Tem que atacar.

Idiotas afirmam o Atlético não ganhou o turno. O Coritiba perdeu o troféu, dizem, em desatenção contra o Rio Branco. Os queridos ignaros esquecem a monumental mudança acontecida no emocional rubro-negro. O Furacão é hoje um grupo de jogadores movidos pelo amor à camisa, pela necessidade de exorcizar o demônio da desunião que nos levou ao precipício. A união é o principal capital do Atlético de Don Juan. Que continue assim.  

Ao final do jogo em Paranavaí, chamei meu neto que reclamara de apenas duas estrelas na camisa atleticana em destaque no espetacular vídeo “eu te sigo em toda a parte”, apontei para os jogadores em festa e disse apertando-o com um abraço carinhoso: “Veja como nasce uma estrela”. O piá sorriu um infantil sorriso rubro-negro de vitória.

O que eu posso querer mais?

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