segunda-feira, 12 de março de 2012

É ASSIM QUE A BANDA TOCA

A caravana segue rápida e a matilha observa a passagem com os dentes à mostra. Rosnam, uivam, estrebucham de ódio, choramingam de inveja os lobos esquecidos às margens da estrada. Atacam na sinuosidade do caminho, tentam desassossegar cavaleiros, colocar dúvidas nas mentes intimoratas que avançam sem lhes oferecer crédito. A cada dia, a cada hora, a cada minuto, o avanço é mais rápido e mais estimulante.

Que texto maluco é esse? Cadê o futebol?

Até quarta-feira, o futebol no Atlético está em segundo plano. Voltará à pauta quinta, com toda a atenção que merece.

Quarta-feira, às 19 horas, reúne-se o Conselho Deliberativo para avalizar o empréstimo a ser feito junto ao BNDES com vistas a finalizar a Arena 2014, um espetáculo de projeto, um orgulho para todos os rubro-negros e curitibanos de coração.

A Comissão da FIFA esteve na cidade semana passada e saiu encantada com o progresso das obras e as providências tomadas pelo Estado e Prefeitura. O amigo não se iluda, não eram burocratas pés de chinelo que por aqui passaram. Eram os donos das canetas, gente que exige, com quem não há conversa mole, que quer ver a segurança, garantir a visibilidade dos torcedores, ditar a qualidade da grama, gente que imagina espaços repletos de pessoas, alimentação refinada, gente preocupada com você, com o padrão de hospitalidade FIFA, os Jardins Suspensos da Babilônia na Buenos Aires. Pois essa gente saiu daqui boquiaberta.

Era para estarmos soltando foguetes, colorindo nossas noites calorosas em vermelho e preto.

Infelizmente, ainda temos inimigos a corroer amarras, solapar entendimentos, lançar pedras, influenciar mentes inseguras. Lobos de todas as pelagens.

A moda é demonizar a garantia patrimonial indispensável para a viabilização do empréstimo necessário, identificá-la com a futura ruína do clube. Como se alguém emprestasse dinheiro sem garantias claras. Como se os atuais conselheiros fossem irresponsáveis prontos a avalizar ações de longo prazo sem qualquer estudo, um bando de moleques torcedores prontos a colocar em risco o patrimônio do clube, ignorantes da refinada matemática financeira que viabilizará o pagamento sem traumas.

Aos 120 conselheiros da administração anterior, que entenderam o alcance do projeto e lhe deram o aval para a continuação do sonho conduzido pelas próprias mãos, a gratidão e o respeito dos curitibanos. Eles fizeram a pior parte.

Aos 300 conselheiros de hoje, Cavaleiros e Amazonas da Ordem do Atlético Gigante, o meu chamamento ao voto consciente. A presença de cada um é de importância fundamental. O maciço apoio do Conselho será um tiro de canhão na matilha em desespero. Eles restarão atrás das árvores cheios de lamúrias, recalques e cobiças.

Infelizmente, é assim que a banda toca.

A cada tijolo assentado, a cada estrutura colocada, a cada cadeira instalada eles amenizarão seus ganidos. Daqui a um ano estarão entre nós, emocionados com a reabertura da magnífica Arena, cantando o “rubro-negro é quem tem raça” com lágrimas nos olhos.

Felizmente, é assim que a banda toca.  

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