domingo, 4 de março de 2012

O ATLÉTICO QUE EU GOSTO

Sinal vermelho aceso, Don Juan cuspiu o chicle e, dizem os entendidos, deu un jabón na rapaziada. Melhor dizendo, passou um sabão nos meninos. Perder pode, tomar três e um baile do Londrina foi demais. O morador do lindo bairro da Água Verde foi mais longe. Substituiu. Deu certo.

O eterno Lio Evaristo – outro dia o vi abandonando o Rio Branco –, agora técnico do Operário, inventou um 451 para segurar o resultado e segurou por exatos 30 minutos. Aos 36 já perdia por 3 a 0. Quem troca leão por trem fantasma acaba vendo assombração.

O 5 a 0 que arrepiou seu Lio de todas as camisas pode voltar o foco do torcedor para a forte ação ofensiva, as belas atuações de Harrison, Marcinho, dos Brunos Furlan e Mineiro e do recuperado Guerrón. Pode e deve. A partir do momento em que encaixou, o ataque exigiu muito do goleiro Henrique, aliviado ao sair de campo por contusão. Livrou-se do duro e repetido caminhar ao fundo das rendes. Foi esfriar a cabeça na ambulância.

Base do exagerado marcador foi a preciosa atuação da defesa rubro-negra. Destaque para Renan Foguinho. O pesadelo do barbeiro jogou muito. Marcou, desarmou e, mais do que importante, passou bem. Foi sua melhor atuação no Atlético. Outro que foi bem, sem erros, foi Bruno Costa. Confesso não ser fã do Bruno defensor, mas nesta partida, o zagueiro deu conta do recado, melhor do que o esperado.

Nada que me afaste do abaixo assinado por mais zagueiros.

Um parece estar chegando. Um certo Rafael, 31 anos, há dez anos no exterior. Confirmada a contratação, é jogador para daqui a 30, 40 dias, com direito a adaptação ao futebol brasileiro. Eu preferia um desses zagueiros jovens que estão dando boas trombadas no campeonato paulista, suando camisas de times do interior, loucos para dar um salto na carreira. O aproveitamento seria mais rápido.

Outro é Gabriel “El Léon” Marques, 23 anos, também volante e lateral direito, indicado por Don Juan, seu treinador no Nacional do Uruguai. Esse me parece mais pronto, capaz de dar seus urros pela lateral com maior prontidão, função que Adriano cumpriu sem muito brilho. Deu espaço para o único bom cruzamento perigoso do Fantasma. Foi seu primeiro jogo, vai melhorar muito.

Voltando à goleada redentora, a função exercida por Harrison quando da entrada de Baier, quase um volante no lugar de Deivid, me surpreendeu. Pensei que seria justamente o contrário, Baier atrás usando seu bom lançamento longo e Harrison se aproximando dos atacantes, fazendo valer sua velocidade e bom passe, passe que fez de Marcinho o assistido do dia, dois gols em assistências de Harrison e Guerrón.

Falando em assistência, não esqueçamos Bruno Mineiro servindo Harrison no segundo gol e Marcinho servindo Guerrón no quarto. Quatro assistências provam a eficácia do jogo coletivo. As sinceras comemorações mostram o novo espírito rubro-negro.
Tudo muito bom, tudo muito familiar, tudo fruto do sabão de Don Juan. Esse é o Atlético que eu gosto.

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