quinta-feira, 8 de março de 2012

LARGA A OBRA PETRAGLIA

Amanheci na janela vendo o sol iluminar o esqueleto à mostra da magnífica Arena, o guindaste matador na vertical, anunciando a ausência do trabalho, o dia ainda engatinhando. Ligo a TV no matinal gesto automático e descubro em segundos ser hoje o Dia da Mulher. Com elas tive sorte. A mãe, a esposa, as filhas, a neta, la niña de mis ojos, até a sogra, todas me aguentam resignadas. Reconheço... não é fácil.

A todas meu carinhoso abraço, extensivo às rubro-negras que embelezam as tardes e noites de jogo do meu Furacão. Sem elas, a Arena não seria tão magnífica, a vida um vazio de derrota em início de Copa do Brasil.

Mais alguns minutos e as tantas polegadas mostram os gols do bendito Sampaio Correa. Ainda não os tinha visto. Só sofrido. O radinho foi algoz cruel na noite anterior. Foi dando as más notícias aos socos, e, em minutos, eu sabia a senha para desligar o aparelho e evitar a dor: Edgar. Quando o locutor dizia “bola com Edgar”, eu desligava o carrasco. Segundos depois, voltava a escutar, com o rabo do ouvido, temeroso do aumento do placar.

Com o Atlético é assim. Basta um ousado se manifestar e lá vem problema. Contra o Paranavaí foi um tal Esdras, contra o Londrina, fomos detonados pelo senhor Airton, contra o time do Maranhão, quem cantou o reggae foi o Edgar.

O resultado infeliz mostra que o Paranaense não é parâmetro para nada. Pior, engana.

Os poucos gols sofridos por nossa defesa dão a impressão de que estamos bem servidos na cozinha. Amigos, aí a nossa cova. Manoel é encanador maluco a enfrentar os mil vazamentos que inundam o setor. Até ontem, o lado esquerdo era o casco do Titanic. Ontem, o iceberg Edgar rebentou o direito. A bola alta é um perigo. Por quê?

É simples. À exceção de Manoel, nossa defesa é a reserva daquela que nos levou para a segunda divisão. O problema está nos pés e na cabeça. Para tapar a buraqueira a solução é contratar. Contratar no Atlético é mais difícil que ir à Lua, demanda meses de observações.

A troca frequente de treinador ajuda. O treinador desconhece, a diretoria quer economizar, binômio mortal. O torcedor já não aguenta mais, mas lá está o cabeçudo entrando em campo como a grande esperança, como se após seis treinadores, Don Juan tivesse varinha mágica capaz de transformar Nieto na grande solução do ataque, Bruno Costa e Gustavo, da defesa. Voltemos ao mundo real.

O time ainda não conseguiu virar um placar. Começou perdendo, terminou perdendo. Recuperação zero. Ontem, contra dez, nem empatar conseguiu. Outro engano propiciado pelo pobre Paranaense. Fazemos cinco no Operário e acreditamos que o ataque está uma beleza. O Juventude vem e faz quatro no mesmo Operário em Ponta Grossa. Conclusão: Não é o ataque do Atlético que funciona, é o Fantasma que é ruim demais.

No Atlético de hoje, Huguinho, Zézinho e Luizinho são esperanças. Os sobrinhos do Pato Donald nada têm a ver com a nossa realidade. Precisamos de jogadores cascudos, experientes, capazes de enfrentar a segunda divisão com sucesso.

Petraglia é um presidente cascudo. Tem que reunir os profissionais que contratou e exigir providências. Eu sei que ele contratou para não se incomodar, tocar a Arena já dá um enorme trabalho. Infelizmente não tem jeito. Larga a obra Petraglia.






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