domingo, 10 de junho de 2012

JÁ DEMOROU DEMAIS


Se o Atlético tem o elenco mais caro da segunda divisão, está jogando rios de dinheiro no lixo. O time do milhão perdeu para um time de quartel, nada mais que aguerrido e disciplinado. Arrogante, jogando como se fosse ganhar a qualquer momento, no ritmo Alan Bahia, o Rubro-negro foi ridículo.

Fora a soberba, deve haver alguma explicação tática para derrotas tão acachapantes contra Boa e CRB. Qualquer que conheça um mínimo de mosquito tem o diagnóstico.

O Atlético do Don Juan recém-chegado era ofensivo, jogava com um só volante, Deivid, tinha dois armadores de qualidade, Baier e Ligüera, três atacantes, dois pelos lados do campo, Furlán e Ricardinho, e Bruno Mineiro centralizado. Dava-se ao luxo de ter reservas para as pontas, Guerrón e Edigar, e Harrison para a armação. Era leve, veloz, divertido, estava pronto.

Conseguia manter poder de fogo à frente, as substituições sustentavam o time no ataque, houve um momento de encantamento com tanta ofensividade. Equipe tão focada no gol, tinha que manter seus quatro defensores recuados, daí a presença episódica dos laterais no ataque, muito mais Héracles do que Gabriel.

Então, o pior aconteceu. Don Juan foi mordido pelo miserável mosquito Aedes Tri Volantis, uma das maiores pragas do futebol, e por outro não menos desastroso, o Atacantis Caneludis, e a desgraça aconteceu.

A escalação contra o CRB é exemplo claro. Deivid, Bahia e Héracles na frente da zaga não marcam, vigiam, e não atacam. Alan Bahia passeia, Héracles está perdido, o rendimento do Deivid despencou.

No ataque, marca-se Ligüera, só tem ele para armar, e o jeito é enfiar bolas para os dois mordidos pelo maldito Caneludis, de costas e sem habilidade, um maná para a defesa nervosa. E as jogadas pelos lados? Impossível. Lembra-se o amigo que no time ofensivo eles eram impedidos de subir, agora não sabem o que fazer. Agrava-se a situação com Bruno Costa na lateral.

O Atlético está morto. Os zagueiros marcam a cinco metros de distância, dando todo o tempo do mundo para o atacante, os volantes cercam esperando que o adversário lhes passe a bola, quando acontece, dão um bico para frente, sonhando com jogada de rara habilidade dos Caneludis.

A bem da verdade, os Fernandões não tem culpa, o negócio deles é receber e finalizar. Matar, livrar-se do defensor, fazer assistência, ou finalizar a gol é coisa para o Messi entrando de frente. Jogar de costas é coisa do passado.

No segundo tempo, Don Juan tentou voltar à fórmula vencedora, mas tirou Ligüera. Alguém para pensar em futebol é necessidade absoluta. A volantada permaneceu intocável, Héracles avançou vinte metros, foi pouco.

O segundo gol evidenciou o vexame e o time teve dez minutos de força. Foi só.

Don Juan tem o time pronto dormindo no CT, basta recolocar a chave no ataque. A diretoria deve esquecer a venda de Guerrón e contratar guerreiros. Os mortos devem ser negociados. Ainda dá tempo, mas, qualquer um sabe, já demorou demais.

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