Se o Atlético tem o elenco mais caro
da segunda divisão, está jogando rios de dinheiro no lixo. O time do milhão
perdeu para um time de quartel, nada mais que aguerrido e disciplinado.
Arrogante, jogando como se fosse ganhar a qualquer momento, no ritmo Alan
Bahia, o Rubro-negro foi ridículo.
Fora a soberba, deve haver alguma
explicação tática para derrotas tão acachapantes contra Boa e CRB. Qualquer que
conheça um mínimo de mosquito tem o diagnóstico.
O Atlético do Don Juan recém-chegado
era ofensivo, jogava com um só volante, Deivid, tinha dois armadores de
qualidade, Baier e Ligüera, três atacantes, dois pelos lados do campo, Furlán e
Ricardinho, e Bruno Mineiro centralizado. Dava-se ao luxo de ter reservas para
as pontas, Guerrón e Edigar, e Harrison para a armação. Era leve, veloz,
divertido, estava pronto.
Conseguia manter poder de fogo à frente,
as substituições sustentavam o time no ataque, houve um momento de encantamento
com tanta ofensividade. Equipe tão focada no gol, tinha que manter seus quatro
defensores recuados, daí a presença episódica dos laterais no ataque, muito
mais Héracles do que Gabriel.
Então, o pior aconteceu. Don Juan foi
mordido pelo miserável mosquito Aedes Tri Volantis, uma das maiores pragas do
futebol, e por outro não menos desastroso, o Atacantis Caneludis, e a desgraça
aconteceu.
A escalação contra o CRB é exemplo
claro. Deivid, Bahia e Héracles na frente da zaga não marcam, vigiam, e não
atacam. Alan Bahia passeia, Héracles está perdido, o rendimento do Deivid
despencou.
No ataque, marca-se Ligüera, só tem
ele para armar, e o jeito é enfiar bolas para os dois mordidos pelo maldito
Caneludis, de costas e sem habilidade, um maná para a defesa nervosa. E as
jogadas pelos lados? Impossível. Lembra-se o amigo que no time ofensivo eles
eram impedidos de subir, agora não sabem o que fazer. Agrava-se a situação com
Bruno Costa na lateral.
O Atlético está morto. Os zagueiros
marcam a cinco metros de distância, dando todo o tempo do mundo para o atacante,
os volantes cercam esperando que o adversário lhes passe a bola, quando
acontece, dão um bico para frente, sonhando com jogada de rara habilidade dos
Caneludis.
A bem da verdade, os Fernandões não
tem culpa, o negócio deles é receber e finalizar. Matar, livrar-se do defensor,
fazer assistência, ou finalizar a gol é coisa para o Messi entrando de frente.
Jogar de costas é coisa do passado.
No segundo tempo, Don Juan tentou
voltar à fórmula vencedora, mas tirou Ligüera. Alguém para pensar em futebol é
necessidade absoluta. A volantada permaneceu intocável, Héracles avançou vinte
metros, foi pouco.
O segundo gol evidenciou o vexame e o
time teve dez minutos de força. Foi só.
Don Juan tem o time pronto dormindo no
CT, basta recolocar a chave no ataque. A diretoria deve esquecer a venda de
Guerrón e contratar guerreiros. Os mortos devem ser negociados. Ainda dá tempo,
mas, qualquer um sabe, já demorou demais.
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