terça-feira, 5 de junho de 2012

A MENINA DO OITO


Vou ao site do Atlético e lá encontro o documento “Esclarecimentos sobre os mandos de campo do Atlético Paranaense”. Leio e não encontro algo que me conforte. Em junho estamos sem campo para jogar, até segunda ordem obrigados a descer a serra para ver o Rubro-negro.

A solução é óbvia. O Atlético deve acertar com o Paraná. Em princípio, a solução Couto Pereira está fora de questão, depois que o doutor Vilson foi chamado de traidor, encolheu-se em seu valhacouto, disparou uma meia dúzia de tiros, recebeu fogo amigo e voltou ao refúgio, todo borrado.

O Paraná tem todas as condições de alugar o espaço para o Atlético. Primeiro, porque Inexistem datas coincidentes de jogos entre as duas equipes. Veja a tabela abaixo:

Dias de jogos de Paraná e Atlético

Mês
Paraná – Par B
Paraná – Bras B
Atlético – Bras B
Junho
7 – 9 – 20
9 – 22
16 – 29
Julho
3 – 5
7 – 17 – 28 – 31
10 – 13 – 21
Agosto
-
11 – 25 (Par x CAP)
3 – 14 – 18 – 28
Setembro
-
1 – 8 – 15 – 29
4 – 11 – 22
Outubro
-
13 – 20
6 – 16 – 23 – 27
Novembro
-
3 – 10 – 17
6 – 24 (CAP x Par)

Elaborada a partir dos sites da Federação Paranaense e Terra

Julho é o mês em que Atlético e Paraná jogam o maior número de partidas em Curitiba, 9 no total, em média um jogo a cada três dias, o que poderia acarretar um desgaste para o gramado. O Paraná pode alegar esse fato como impedimento para o aluguel. Pode se estiver em condições de rasgar dinheiro.

Nos demais meses, a média é de seis jogos/ mês, um jogo a cada cinco dias, nada que cause grande dano ao tapete verde do Durival Britto. O Paraná só não aluga se não quiser.

Segundo o veiculado pela imprensa, o aluguel solicitado pelo Paraná ao Atlético foi de 75 mil reais. É um valor alto, a Gralha meteu o bico com força.

O Atlético pode pagar? Digamos que o Atlético tenha hoje 10.000 torcedores, só para facilitar a conta. Total arrecadado mês, 700 mil reais. Os meses que o Atlético teria mais jogos na Vila seriam os de agosto e outubro, 4 jogos, custo do empréstimo: 300 mil reais. Dá para pagar.

De quanto é a folha do Paraná? Não sei, mas sei que 300 mil na conta iriam ajudar muito. Com essa grana o tricolor poderia respirar financeiramente, esquecer a grama, e o Atlético daria uma satisfação à sua torcida.

A menina do oitavo andar, rubro-negra doente, desce no elevador comigo e lamenta os jogos em Paranaguá. Pensa em deixar de ser sócia em julho, quando vence seu contrato. Esta é outra conta a fazer. Quantos sócios o Atlético perderá com os jogos fora de Curitiba? O que mais valerá a pena, pagar o Paraná e manter o quadro social, ou ir a Paranaguá e ver o êxodo dos esquecidos? Quanto significará esse êxodo em reais?

Leio que o Atlético ainda luta na CBF para manter os jogos na capital. Pode até dar certo, a diretoria tem razão ao solicitar a ajuda da matriz, afinal, está se endividando para ajudá-la. Porém, acho que o caminho mais fácil passa pelo encontro dos presidentes em qualquer boteco da Engenheiros Rebouças, uma carne de onça bem temperada, uns croquetes, umas bebidinhas da hora e pronto, o sorriso voltará aos lábios da menina do oito.

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