sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

JÁ PASSOU DESSA FASE

Conheci futebol escutando a conquista da Copa de 58. Com a emoção dos familiares, os foguetes de vara explodindo, os balões povoando os céus, as páginas recheadas de emoção da revista O Cruzeiro, entendi que o esporte praticado com os pés tinha em nós brasileiros artistas magistrais, éramos reis, o mundo todo reverenciava nossa genialidade.
Para sair das fotos, das ondas moduladas e chegar à realidade precisei andar poucas quadras, entrar na antiga Baixada e assistir aos meus primeiros jogos sentado nas velhas arquibancadas de tijolos. Os tais títulos nem pensar. Cheguei perto com Joffre Cabral e Silva, o primeiro a abrir as portas do Furacão a craques que pudessem levar troféus às nossas prateleiras. Não deu.
Joffre morreu, ficou a ideia, em 70 ganhei meu primeiro título com o presidente Rubem Passerino Moura, outro a entender que para ganhar, craque é fundamental. Estavam no Furacão campeão Djalma Santos, Alfredo, Julio, Nair, Gildo, Sicupira e Nilson Borges, os protagonistas da campanha.
Só fui ver títulos novamente em 82 e 83, quando o diretor de futebol João de Oliveira Franco Neto formou novamente um time de craques. Os goleiros Roberto e Rafael, Capitão, Lino, Jair Gonçalves, Détti, Bianchi, Washington, Assis e Nivaldo levaram o Atlético ao bi estadual e ao terceiro lugar no Brasileiro. Para mim, o melhor Atlético de todos os tempos.
Por que volto a 25 primeiros anos de meu namoro com o Furacão? Para provar que títulos se ganham com grandes contratações, porque só elas dão segurança, só elas resolvem problemas, só elas orientam o crescimento dos mais novos. Se elas inexistem até o Paranaense é inalcançável. Times de encaixe, reuniões de medianos, podem até dar certo, o mais provável, porém, é a infinda troca de camisas, gramar na fila, reclamar das arbitragens, ficar no meio do caminho. No meu entendimento, o Atlético já passou dessa fase.

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