Conheci
futebol escutando a conquista da Copa de 58. Com a emoção dos familiares, os
foguetes de vara explodindo, os balões povoando os céus, as páginas recheadas
de emoção da revista O Cruzeiro, entendi que o esporte praticado com os pés
tinha em nós brasileiros artistas magistrais, éramos reis, o mundo todo
reverenciava nossa genialidade.
Para
sair das fotos, das ondas moduladas e chegar à realidade precisei andar poucas
quadras, entrar na antiga Baixada e assistir aos meus primeiros jogos sentado
nas velhas arquibancadas de tijolos. Os tais títulos nem pensar. Cheguei perto
com Joffre Cabral e Silva, o primeiro a abrir as portas do Furacão a craques
que pudessem levar troféus às nossas prateleiras. Não deu.
Joffre
morreu, ficou a ideia, em 70 ganhei meu primeiro título com o presidente Rubem
Passerino Moura, outro a entender que para ganhar, craque é fundamental. Estavam
no Furacão campeão Djalma Santos, Alfredo, Julio, Nair, Gildo, Sicupira e
Nilson Borges, os protagonistas da campanha.
Só fui
ver títulos novamente em 82 e 83, quando o diretor de futebol João de Oliveira
Franco Neto formou novamente um time de craques. Os goleiros Roberto e Rafael,
Capitão, Lino, Jair Gonçalves, Détti, Bianchi, Washington, Assis e Nivaldo
levaram o Atlético ao bi estadual e ao terceiro lugar no Brasileiro. Para mim,
o melhor Atlético de todos os tempos.
Por que
volto a 25 primeiros anos de meu namoro com o Furacão? Para provar que títulos
se ganham com grandes contratações, porque só elas dão segurança, só elas resolvem
problemas, só elas orientam o crescimento dos mais novos. Se elas inexistem até
o Paranaense é inalcançável. Times de encaixe, reuniões de medianos, podem até
dar certo, o mais provável, porém, é a infinda troca de camisas, gramar na
fila, reclamar das arbitragens, ficar no meio do caminho. No meu entendimento,
o Atlético já passou dessa fase.
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