Qualquer análise sobre Paraná
e Atlético tem que levar em consideração verdade manifesta: os atleticanos são
individualmente muito superiores aos paranistas. Nem poderia deixar de ser,
dada a diferença de orçamento entre os dois clubes. Digo isso em virtude de
reconhecer o fato inegável somente no transcorrer da partida, a gralha em
extinção era para mim tremenda incógnita.
Como o nome do jogo é
futebol, a desigualdade não tira o brilho da vitória Rubro-negra. Veja o amigo
que o “maior vencedor de todos os tempos” tomou sapatada memorável do
Figueirense, último colocado na primeira divisão. Tudo pode acontecer quando se
trata de jogar com os pés.
A gralha bem que
assustou, deu suas bicadas ali pelos dez minutos, fez o ótimo Weverton gastar
as luvas. Um gol no início da pelada cairia do céu para o professor Ricardinho.
Não fez, tomou um aos 14, em ótima cobrança de falta de João Paulo, este um jogador
completo, foi dominada, levou o segundo aos 22, contra-ataque que começou e
terminou com Botelho, passando pelo preciso Elias, e ficou atrás de
ambientalista que a salvasse da degola iminente.
O juiz deu 2 minutos de
acréscimo e aos exatos 47, o Atlético deu ânimo à ave pronta para o abate. Felipe
abandonou a marcação de Paulo Henrique e quando Botelho chegou para bloquear
era tarde demais. Encheu-se de esperança o meu amigo pipoqueiro paranista.
O segundo tempo trouxe
Baier no lugar de Elias. Discordo da substituição apenas pelo cartão amarelo
recebido no primeiro tempo. Está virando moda. Outra moda que me desassossega é
o tal administrar o jogo, algo como frente a adversário inferior, com placar
favorável, trocar passes, deixar o tempo passar, esperar o apito final.
Se a administração
redunda em mais gols, tudo bem. Quando isso não acontece, o time recua, o
passar do tempo traz substituições defensivas, o fraco fica ousado e o perigo
ronda a área do administrador cada vez mais dependente da sorte.
Para o torcedor
atleticano, na segunda divisão graças a derrotas nos últimos minutos, um trauma
revivido a cada jogo.
Em 30 minutos, o Furacão
chegou mais de 10 vezes pelos lados do campo, criou chances importantes e não
marcou. Aos 33, Weverton fez ótima defesa em chute da esquerda. No escanteio a
seguir, o cabeceio raspou a trave. Daí para frente, a chapa esquentou, Baier
foi expulso, a gralha esperneou e amanheceu o domingo recheada, girando na
televisão de cachorro do boteco pé sujo.
Vencido o clássico, o
Atlético atinge objetivo intermediário importante ao final do primeiro turno,
fica a 2 pontos do G4. O time tem bons jogadores em todas as posições, o
entrosamento é crescente, a volta a Curitiba está encaminhada, o retorno à
primeira divisão na alça de mira. Ufa! Ainda bem.
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